Economia
Boeing confirma que China rejeitou envio de aviões novos durante guerra comercial com EUA
A empresa é a maior exportadora norte-americana em termos de valores


A China rejeitou o envio de aviões novos da Boeing após a implementação de tarifas adicionais de 145% pelo presidente Donald Trump sobre as importações chinesas para os Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira 23 Kelly Ortberg, CEO da empresa americana.
Ortberg declarou à rede CNBC que a China “parou de receber os envios devido ao contexto tarifário”, dias após informações da imprensa de que o governo de Pequim havia ordenado às companhias aéreas chinesas que não incorporassem novos aviões fabricados pela Boeing.
A Boeing é a maior exportadora americana em termos de valores.
“Tínhamos três aviões na China que estavam prontos para serem entregues e acredito que dois já voltaram aos Estados Unidos. Além disso, estamos retornando com o terceiro”, explicou Ortberg.
Segundo o executivo, a Boeing planejava entregar “quase 50” aeronaves na China este ano.
“Portanto, seremos bastante pragmáticos sobre o que faremos com os aviões que ainda não foram fabricados”, disse Ortberg, que mencionou a possibilidade de “redirecionar” as aeronaves já concluídas para outras companhias aéreas.
“Há muitos clientes que estão à procura do (737) MAX”, disse, em referência aos modelos mais vendidos da Boeing.
“Não vamos esperar muito tempo. Não deixarei que descarrile a recuperação da empresa”, garantiu Ortberg.
A Boeing já havia concluído a venda de 130 aviões para clientes chineses entre companhias aéreas e de leasing. Mas, como alguns compradores preferem não aparecer no site da empresa, o número pode ser maior.
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