Economia
Ouro tem cotação recorde e supera 3,5 mil dólares
Investidores estão recorrendo ao minério para fugir dos efeitos das políticas econômicas de Trump
A cotação do ouro subiu nesta terça-feira 22 e registrou o recorde de 3,5 mil dólares (20,3 mil reais) por onça (31,1 gramas) devido ao desejo dos investidores de procurar refúgio em ativos considerados seguros após a escalada da guerra comercial e da tensão entre Donald Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.
O ouro era negociado a 3.467,87 dólares (20.133 reais) por onça às 7h30 GMT (4h30 de Brasília). Alguns minutos antes, a cotação atingiu o recorde de 3.500,10 dólares.
O valor do metal subiu enquanto a cotação do dólar registra queda, após o resultado negativo de Wall Street na segunda-feira. A baixa na moeda norte-americana também é um reflexo direto dos ataques de Trump a Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central norte-americano.
Powell foi chamado de “lento” pelo republicano por ainda não ter reduzido as taxas de juros nos EUA.
O político também disse já ser “a hora” para encerrar o mandato de Powell no comando do Fed. A gestão, no entanto, está prevista para ser encerrada em maio de 2026. A mira de Trump em Powell levanta temores sobre o fim da independência do banco central do país.
A agitação nos mercados financeiros foi ampliada na segunda-feira 21, quando Trump publicou uma mensagem nas redes sociais em que chamou Powell de “grande perdedor” e afirmou: “Baixe as taxas, AGORA”.
O cenário beneficia, na prática, o ouro, tradicional refúgio de investidores. O comércio do minério também ganha força com a política alfandegária de Trump.
Neste ponto, os investidores optam pela negociação do ouro após a ampliação dos temores de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. O clima piorou após Pequim reafirmar sua oposição a qualquer tratado comercial entre Washington e terceiros países que possam prejudicar sua economia.
O ouro acumula uma alta de 30% desde o início do ano.
(Com informações de AFP)
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