Do Micro Ao Macro
Avanço tecnológico redefine o futuro da segurança patrimonial no Brasil
Setor se moderniza com uso de IA, biometria, drones e cibersegurança, mas especialistas alertam para os desafios na proteção de dados e privacidade


A segurança privada no Brasil passou por transformações profundas nas últimas décadas, impulsionadas pelo avanço da tecnologia e pela digitalização de sistemas. Se antes a proteção dependia quase exclusivamente da presença física de vigilantes, hoje o setor é impulsionado por inteligência artificial, análise de dados, biometria e dispositivos autônomos.
De acordo com a Polícia Federal, em 2024 o país contava com 4.978 empresas de segurança privada autorizadas a operar. O número representa um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior e evidencia a expansão do setor. Para os próximos anos, a expectativa é que a integração entre sistemas digitais e operações de segurança se intensifique, redefinindo os padrões de prevenção e resposta a riscos.
Inteligência artificial e análise de dados ampliam a eficiência
A inteligência artificial já é aplicada em sistemas de segurança para identificar padrões suspeitos e processar grandes volumes de dados em tempo real. A tendência é que, nos próximos anos, ela seja cada vez mais integrada a câmeras de vigilância, sistemas de reconhecimento facial e drones. O objetivo é ampliar a eficácia de ações preventivas e tornar a tomada de decisão mais estratégica e precisa.
Biometria reforça controle de acesso e fronteiras
O uso de tecnologias biométricas, como leitura de íris, impressão digital e reconhecimento facial, se expandiu em áreas sensíveis como controle de fronteiras e zonas restritas. Essas ferramentas têm permitido processos de verificação mais rápidos e seguros. A expectativa é que, com o avanço tecnológico, essas soluções se tornem mais acessíveis e refinadas.
Drones e robôs ganham espaço em operações de patrulha
O uso de drones para monitoramento de áreas de risco já é realidade em diversos estados. A projeção é que esses equipamentos passem a operar com maior autonomia, graças à integração com inteligência artificial e sensores avançados. Além disso, robôs devem assumir novas funções em patrulhamentos e apoio a operações de vigilância, com destaque para ambientes hostis ou de difícil acesso.
Cibersegurança assume protagonismo na proteção de dados
Com o crescimento das ameaças cibernéticas, a proteção digital tornou-se prioridade. Sistemas baseados em inteligência artificial e tecnologias como blockchain devem ganhar força nos próximos anos para evitar ataques e proteger infraestruturas críticas. Governos e instituições já trabalham em estratégias de defesa que integrem operações físicas e digitais.
Desafios envolvem privacidade e regulação
Embora o avanço da tecnologia represente ganhos operacionais significativos, também levanta questões relacionadas à privacidade e à regulamentação. O uso de dados biométricos, a vigilância remota e os sistemas autônomos precisam ser acompanhados de normas claras e mecanismos de transparência.
“Com os avanços contínuos dos últimos anos, a segurança nacional do futuro será marcada pela automação, pelo uso intensivo de dados e pela colaboração global. A tecnologia está moldando um novo cenário de proteção, e acredito que o seu impacto será cada vez mais decisivo para a construção de sociedades mais seguras e resilientes”, afirma Gaudêncio Lucena, presidente da CORPVS, uma das maiores empresas de segurança privada do país.
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