Política

Câmara de vereadores de São Paulo aprova abertura de duas novas CPIs; veja os temas que serão investigados

O legislativo municipal deu aval para apurações contra a coleta de imagens da íris e contra ‘pancadões’, ambas propostas do bolsonarismo. Oposição denuncia manobra para barrar CPIs que poderiam implicar o mandato de Ricardo Nunes

Câmara de vereadores de São Paulo aprova abertura de duas novas CPIs; veja os temas que serão investigados
Câmara de vereadores de São Paulo aprova abertura de duas novas CPIs; veja os temas que serão investigados
Câmara de vereadores de SP. Foto: Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP
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O Plenário da Câmara de vereadores de São Paulo aprovou, nesta terça-feira 15, a criação de duas novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). A primeira irá investigar a coleta de imagens da íris da população paulistana. A segunda apuração, por sua vez, será focada nos ‘pancadões’ realizados na cidade.

As duas CPIs abertas foram propostas por vereadores bolsonaristas da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A primeira se deu após pedido de Janaina Paschoal (PP) e a segunda de Rubinho Nunes (União).

Segundo a oposição, o aval para a criação de duas novas CPIs é uma manobra para barrar outras duas investigações já aprovadas que poderiam impactar o mandato do prefeito. Tratam-se das CPIs das enchentes do Jardim Pantanal, na Zona Leste da cidade, e da CPI sobre as habitações de interesse social (HIS). Elas foram aprovadas, mas seus membros não foram nomeados. O prazo para que isso ocorra antes que os temas percam o aval para tramitar termina na quinta-feira 17.

“A gente sabe que há ação deliberada para a não instalação dessas CPIs. Nós vereadores aprovamos as CPIs. Então é um processo descarado de deslegitimação da própria Câmara”, denunciou Luna Zarattini (PT) nesta terça-feira.

“O que passa nos corredores desta Câmara é que teria havido uma ordem do governador Tarcísio de Freitas, que não quer que nós investiguemos a barragem da Penha e a relação dela com as enchentes, e do prefeito Ricardo Nunes para que não se instalem as CPIs nesta Câmara”, disse o vereador Alessandro Guedes (PT), que alega que a Casa tem agido ‘como cartório’ ao agir apenas de acordo com os desejos do prefeito.

A prefeitura nega interferência, mas o próprio líder do governo na Casa reconhece ter ‘enterrado’ as investigações por um suposto ‘uso político’ dos temas pela oposição. “A gente quer CPIs responsáveis, que possam ser propositivas”, disse ao anunciar que vai indicar membros apenas para as novas CPIs.

Coleta de íris

Proposta pela vereadora Janaina Paschoal (PP) e aprovada com 39 votos favoráveis e quatro contrários, a primeira CPI visa apurar a atuação da empresa TFH (Tools for Humanity), que, por meio do projeto World ID, se notabilizou por oferecer recompensas financeiras para realizar o escaneamento da íris.

‘Pancadões’

Já a segunda CPI foi aprovada com 30 votos a favor, sete contra e uma abstenção. De autoria do vereador Rubinho Nunes (UNIÃO), a comissão vai investigar possíveis omissões dos órgãos públicos municipais na fiscalização da perturbação do sossego, especialmente no combate a festas clandestinas e “pancadões” realizados nas regiões periféricas da cidade de São Paulo.

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