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Henrique Capriles desafia boicote da oposição e disputará eleições legislativas na Venezuela

Seu partido, o Primeiro Justiça, o expulsou após acusá-lo de liderar ‘negociações com a ditadura’

Henrique Capriles desafia boicote da oposição e disputará eleições legislativas na Venezuela
Henrique Capriles desafia boicote da oposição e disputará eleições legislativas na Venezuela
Henrique Capriles e Maria Corina Machado. Foto: Federico PARRA / AFP
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Duas vezes candidato à Presidência, Henrique Capriles buscará uma vaga no Parlamento da Venezuela nas eleições de 25 de maio, uma decisão pela qual seu partido o expulsou nesta segunda-feira 14, em meio aos apelos da oposição por um boicote a esses comícios.

Duas fontes próximas a Capriles confirmaram à AFP sua candidatura, que ainda não é oficial. Não está claro como ele conseguiu se inscrever, já que fazia parte de uma longa lista de opositores inabilitados para exercer cargos públicos.

Seu partido, o Primeiro Justiça, o expulsou após acusá-lo de liderar “negociações com a ditadura” para conseguir que fosse levantada essa sanção, imposta em 2017 e vigente até 2032.

“Aqueles que hoje baixam a cabeça diante do regime e participam de sua farsa dão as costas à vontade da grande maioria do país”, disse a organização em um comunicado.

A Venezuela renovará a Assembleia Nacional e os governos estaduais em maio. A líder opositora María Corina Machado, com o apoio da coalizão de partidos Plataforma Unitaria, convocou a abstenção, após denunciar fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro no último 28 de julho.

Capriles desconsiderou essa instrução e lançou o movimento político Decide.

“Vou votar, mas também quero dizer a vocês que vou participar”, reiterou no domingo Capriles, que já foi deputado em 1999.

“Vou dar um passo à frente, para não ficar simplesmente dando uma opinião”, acrescentou o político, candidato presidencial contra o falecido Hugo Chávez em 2012 e contra Maduro um ano depois.

O partido Primeiro Justiça também expulsou Tomás Guanipa, outro candidato ao Parlamento, e Juan Requesens, que aspira à governadoria de Miranda.

Requesens ficou preso por três anos, acusado de uma tentativa de magnicídio contra Maduro. Foi libertado em 2023 após uma negociação com o governo liderada por Capriles.

O atual governador do estado petroleiro de Zulia e também ex-candidato presidencial, Manuel Rosales, buscará a reeleição.

Maduro, por sua vez, realizou uma reunião com candidatos do chavismo nesta segunda-feira e prometeu uma vitória.

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