Economia

A nova crítica de Xi Jinping ao tarifaço de Trump

O presidente da China tratou da política comercial do republicano em uma viagem ao sudeste da Ásia

A nova crítica de Xi Jinping ao tarifaço de Trump
A nova crítica de Xi Jinping ao tarifaço de Trump
Xi Jinping inicia um giro pela Ásia com uma viagem ao Vietnã. Agendas visam ampliar a importância da China na região no auge da guerra comercial contra os EUA. Foto: LUONG THAI LINH / POOL / AFP
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O presidente chinês, Xi Jinping, advertiu que o protecionismo “não leva a lugar nenhum”, ao iniciar nesta segunda-feira 14 uma viagem pelo sudeste asiático com o objetivo de fortalecer as relações comerciais regionais para compensar o impacto das tarifas anunciadas pelos dos Estados Unidos.

Xi tenta se apresentar como um sócio confiável e estável, em contraste com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou uma ofensiva comercial sem trégua com novas tarifas, inclusive contra seu parceiros econômicos.

O presidente chinês desembarcou nesta segunda-feira ao Vietnã, a primeira etapa da viagem, que também o levará à Malásia e Camboja. A visita é, segundo Pequim, “de grande importância” para a região.

“Nossos dois países devem resguardar de maneira decidida o sistema comercial multilateral, a estabilidade das cadeias mundiais industriais e de abastecimento, assim como um ambiente internacional aberto e de cooperação”, escreveu Xi em um artigo publicado pelo jornal vietnamita Nhan Dan, citado pela agência estatal chinesa Xinhua.

“Uma guerra comercial e tarifária não terá nenhum vencedor e o protecionismo não leva a lugar nenhum”, destacou.

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos à China, no âmbito da ofensiva protecionista adotada por Trump, somam 145%. A medida abalou os mercados mundiais e levou Pequim a impor taxas de 125% para os produtos americanos.

Em plena guerra comercial com Washington, a China anunciou nesta segunda-feira que suas exportações dispararam 12,4% em termos anuais no mês de março, resultado que supera as expectativas dos analistas. O número representa mais que o dobro dos 4,6% projetados em uma pesquisa da agência financeira Bloomberg.

As importações no mesmo período, no entanto, caíram 4,3%, informou a Administração Geral das Alfândegas da China.

Região fundamental

O sudeste asiático é fundamental para as exportações chinesas. No ano passado, os países do bloco regional Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foram os principais destinos das mercadorias de Pequim, com um total de 586,5 bilhões de dólares (3,4 trilhões de reais) em produtos, segundo dados oficiais.

Entre os países da região se destaca o Vietnã, com 161,9 bilhões de dólares (949 bilhões de reais) de importações chinesas, seguido pela Malásia (101,5 bilhões de dólares, 595 bilhões de reais).

Apesar das disputas territoriais no Mar do Sul da China, Pequim e Hanói mantêm relações econômicas estreitas.

O Vietnã, no entanto, compartilha a preocupação dos Estados Unidos com a crescente agressividade da China neste mar disputado.

A China reivindica a maior parte deste território marítimo, disputado por Filipinas, Malásia, Vietnã, Indonésia e Brunei.

Xi afirma no artigo publicado nesta segunda-feira que Pequim e Hanói podem resolver as disputas por meio do diálogo.

“Devemos administrar de maneira adequada as diferenças e salvaguardar a paz e a estabilidade em nossa região”, escreveu Xi.

Depois do Vietnã, Xi Jinping visitará a Malásia de terça a quinta-feira. O ministro de Comunicações da Malásia, Fahmi Fadzil, declarou que a viagem do presidente chinês “é parte das iniciativas do governo (…) para melhorar as relações comerciais com vários países, incluindo a China”.

Na quinta-feira, o presidente chinês viajará para o Camboja, fiel parceiro da China no sudeste asiático

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