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Equatorianos vão às urnas no 2º turno em meio a estado de exceção e empate técnico entre candidatos

No primeiro turno, Noboa obteve apenas 0,17% de vantagem sobre González. Cenário projetado por pesquisas de intenção de voto apontam para resultado semelhante

Equatorianos vão às urnas no 2º turno em meio a estado de exceção e empate técnico entre candidatos
Equatorianos vão às urnas no 2º turno em meio a estado de exceção e empate técnico entre candidatos
Luisa González e Daniel Noboa. Fotos: AFP
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Mais de 13 milhões de equatorianos vão às urnas neste domingo 13 para elegerem o próximo presidente do Equador em meio ao estado de exceção e a difícil decisão: dar continuidade ao governo turbulento de Daniel Noboa, da Nação Democrática Nacional, ou apostar as fichas na política de Luisa González, com um retorno da esquerda Movimento Revolução Cidadã ao poder.  No país, o voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 65 anos.

Em uma disputa acirrada, os candidatos chegam ao dia da votação empatados tecnicamente. A consultora Comunicaliza aponta para uma diferença de apenas 0,3% entre os rivais, com Noboa alcançando 50,3% dos votos, enquanto González fica pouco atrás com 49,7%.

No primeiro turno, Noboa obteve apenas 0,17% de vantagem sobre González, o que motiva ambos os políticos a lutarem até o último segundo pelo voto dos indecisos.

Além da proximidade na intenção de votos, o embate de González e Noboa foi marcado por acusações de fraude e tentativas de sabotagem. Nesta sexta-feira 11, a candidata a presidente disse que os militares escalados para acompanhá-la e garantir sua segurança durante o encerramento da campanha eleitoral na cidade portuária de Guayaquil, a mais perigosa do país, foram repentinamente dispensados de suas funções.

“Alerto o país sobre o ato irresponsável do Governo ao substituir minha equipe de segurança das Forças Armadas, pondo em risco a minha vida e a da minha família”, escreveu González no X. Em um vídeo publicado na mesma rede social, ela assinalou que seu esquema de segurança militar foi estabelecido “após as graves denúncias de atentados” contra ela, “que atualmente estão sob investigação do Ministério Público”. Noboa nega as acusações.

No sábado 12, um dia antes das eleições, Daniel Noboa declarou estado de exceção em sete províncias do país sob a justificativa de conter a crescente onda de violência provocada pelo crime organizado. A medida, valida por 60 dias, se aplica às províncias costeiras de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena e El Oro, e às províncias amazônicas de Orellana e Sucumbíos, assim como à capital equatoriana, à cidade mineradora de Camilo Ponce Enríquez e às prisões do país. Ele suspendeu os direitos à inviolabilidade do domicílio e da correspondência, e a liberdade de reunião, e ordenou um toque de recolher noturno de sete horas.

Nos dezessete meses de gestão, Noboa pautou seu governo em aprovar propostas para combate à criminalidade e aumentar o poder dos agentes de segurança pública, como a participação das Forças Armadas em apoio à polícia contra o crime organizado e o aumento das penas para crimes de terrorismo, tráfico de pessoas e drogas. Em 2024, a taxa de homicídios no país chegou a 38 por 100 mil habitantes, uma das mais altas do mundo, mas abaixo dos 47 por 100 mil em 2023, registrado durante o governo de Guilherme Lasso, interrompido pelo processo de impeachment.

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