Do Micro Ao Macro
Indústria registra alta no faturamento, emprego e produção em fevereiro, segundo CNI
Indicadores Industriais mostram avanço no ritmo de atividade, com crescimento de 1,6% na receita e 2% nas horas trabalhadas


O faturamento real da indústria subiu 1,6% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com o resultado, a receita bruta das empresas do setor, já descontada a inflação, acumula alta de 5,5% em 2025 frente a dezembro de 2024.
De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, o avanço representa o segundo mês consecutivo de crescimento da atividade no setor.
Horas trabalhadas crescem pelo segundo mês seguido
O número de horas trabalhadas na produção aumentou 2% em fevereiro, segundo a CNI.
Com esse desempenho, o setor acumula alta de 3,3% no total de horas trabalhadas em 2025.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, avalia que o resultado surpreende, dado o cenário previsto para o ano.
“A alta do faturamento e das horas trabalhadas está acima do esperado. Em 2025, há previsão de menor demanda e desaceleração”, afirma.
Em 2024, a atividade industrial foi impulsionada por uma forte demanda por bens industriais, o que reforça a comparação com o início de 2025.
Capacidade instalada segue estável
A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria ficou em 78,9% em fevereiro.
O dado considera a série livre de efeitos sazonais. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve recuo de 0,6 ponto percentual.
Emprego industrial avança, mas renda do trabalhador recua
O número de trabalhadores da indústria aumentou 0,4% na passagem de janeiro para fevereiro.
Desde o início de 2025, o emprego no setor acumula alta de 0,8%.
Segundo Marcelo Azevedo, apesar de representar uma variação pequena, o crescimento tem peso quando se trata de evolução mensal.
Por outro lado, os indicadores de renda apresentaram queda.
A massa salarial da indústria recuou 0,6% em fevereiro. No acumulado do ano, a queda é de 1,4% frente ao mesmo período de 2024.
O rendimento médio do trabalhador caiu 1% no mês e acumula retração de 4,1% no primeiro bimestre.
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