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Juiz dos EUA autoriza deportação de líder estudantil pró-palestino

Mahmoud Khalil era estudante da Universidade de Columbia e um dos rostos mais proeminentes dos protestos contra a guerra em Gaza

Juiz dos EUA autoriza deportação de líder estudantil pró-palestino
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Protesto contra a prisão de Mahmoud Khalil. Foto: Kena Betancur/AFP
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Um juiz americano determinou nesta sexta-feira 11 que Mahmoud Khalil, um líder dos protestos estudantis pró-Palestina detido pelo governo de Donald Trump, pode ser deportado, segundo informaram a imprensa local e uma organização de defesa dos direitos civis.

Khalil, estudante da Universidade de Columbia e um dos rostos mais proeminentes do movimento de protesto que eclodiu no ano passado contra a guerra de Israel em Gaza, foi detido e transferido para a Louisiana em março. Ele possui residência legal permanente nos Estados Unidos e é casado com uma cidadã americana.

Trump acusa esse movimento estudantil de antissemitismo, enquanto defensores das liberdades civis afirmam que sua detenção, assim como a de outros estudantes, constitui uma violação à liberdade de expressão.

“Um juiz de imigração determinou imediatamente após uma audiência hoje [sexta-feira] que Mahmoud Khalil é deportável segundo a lei de imigração dos Estados Unidos”, declarou a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) em um comunicado.

Segundo a emissora Fox News, o juiz Jamee Comans afirmou que o governo havia cumprido com sua obrigação de demonstrar que tinha motivos para deportá-lo.

Sua prisão no mês passado desencadeou uma batalha judicial. Desde então, houve novas detenções e o visto de outros estudantes que participaram dos protestos denunciando a situação em Gaza foi revogado.

O juiz Comans havia ordenado que o governo explicasse detalhadamente seu caso contra Khalil, que as autoridades pretendem deportar sob a alegação de que suas atividades de protesto representam uma ameaça à segurança nacional.

Em uma carta dirigida ao tribunal, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, insistiu que o ativismo de Khalil poderia prejudicar a política externa de Washington.

No entanto, recusou-se a argumentar formalmente que o estudante palestino nascido na Argélia estivesse alinhado ao Hamas, como autoridades haviam sugerido à imprensa.

A carta, sem data, referia-se, em vez disso, à “participação e ao papel” de Khalil em supostos “protestos antissemitas e atividades disruptivas que fomentam um ambiente hostil para estudantes judeus nos Estados Unidos”. O documento não fazia referência a nenhum crime específico.

Antes da audiência, um dos advogados de Khalil, Marc Van Der Hout, afirmou na quinta-feira que “contestaria as provas”.

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