Educação

Unicamp denuncia ataques após anuncio de cotas para pessoas trans

O reitor da universidade afirmou que tomará todas as ‘medidas cabíveis, incluindo judiciais’, contra manifestantes que entraram em confronto com alunos e difamaram a instituição nas redes sociais

Unicamp denuncia ataques após anuncio de cotas para pessoas trans
Unicamp denuncia ataques após anuncio de cotas para pessoas trans
Universidade Estadual de Campinas. Foto: Thomaz Marostegan/Unicamp
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O reitor da Universidade Estadual de Campinas, Antonio José Almeida Meirelles, denunciou nas redes oficiais da universidade ataques feitos contra alunos do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, ocorridos nos dias 24 e 27 de março e em 1º de abril.

Meirelles afirmou que, nesses dias, integrantes do Movimento Brasil Livre, o MBL, fizeram gravações de vídeos não autorizados e divulgaram mensagens distorcidas dos alunos. O movimento da extrema-direita também interrompeu aulas na Unicamp. Os ataques seriam, segundo o reitor, motivados pelo anúncio de que a universidade adotará cotas para pessoas trans e não-binários.

“Não acreditem nessas palavras que difamam uma instituição como a Unicamp, que deve dar orgulho a Campinas”, destacou Meirelles, que também afirmou ter tomado as medidas judiciais, bem como a criação de um novo protocolo de segurança “pacífico, mas enérgico”.

A reitoria diz, ainda, que irá apoiar, na Câmara Municipal de Campinas, a representação feita pelo IFCH contra o vereador Vinícius de Oliveira (Cidadania), que foi ao instituto realizar filmagens dos murais e banheiros neutros ofertados no espaço.

Em vídeo publicado no Instagram, o vereador da direita entra no Instituto durante a noite para mostrar os murais e cartazes a favor de pessoas trans e não-binários em corredores. Ele também grava os banheiros neutros. Em determinado ponto da filmagem, Vinícius passa a arrancar alguns cartazes e adesivos. Em outro vídeo, gravado durante o dia, o político se mostra sendo hostilizado por alunos ao tentar entrar novamente no Instituto.

Além de Vinícius, outros integrantes do MBL publicaram vídeos no instituto Unicamp. Em um deles, o integrante do movimento Matheus Pereira, aparece pintando o mural do IFCH com um rolo de tinta branca apagando frases e cartazes em defesa dos direitos trans.

CartaCapital questionou o vereador sobre a representação feita na Câmara contra a sua vereança após os vídeos públicos e aguarda o retorno.

Além da representação, também foi realizado um boletim de ocorrência, registrado em 27 de março, após uma viatura da Polícia Militar ter sido acionada para interromper uma briga entre os manifestantes e os estudantes.

Em nota, o IFCH destaca que os ataques ao Instituto ‘não são um ato isolado e constituem um ataque a toda a Universidade’.

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