Política

A nova estratégia do PL para tentar forçar votação da anistia a golpistas

A mudança ocorre após o modo obstrução não conseguir barrar votações importantes para o Palácio do Planalto na Câmara

A nova estratégia do PL para tentar forçar votação da anistia a golpistas
A nova estratégia do PL para tentar forçar votação da anistia a golpistas
Jair Bolsonaro em ato pró-anistia, em São Paulo, em 6 de abril de 2025. Foto: Miguel Schincariol/AFP
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A cúpula do Partido Liberal mudou a estratégia e divulgará nesta semana um “carômetro” dos deputados que assinaram o requerimento de urgência do projeto que perdoa os golpistas do 8 de Janeiro.  O objetivo da ofensiva é indicar à militância bolsonarista quem deve receber a cobrança para que o texto avance na Câmara.

O plano inicial era publicar a lista nesta segunda-feira 7, segundo o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou no domingo durante um ato pró-anistia em São Paulo. Integrantes da sigla, porém, convenceram o parlamentar a divulgar essa relação apenas na quarta-feira, segundo relatos à reportagem.

Um dos dirigentes que telefonaram para Sóstenes para postergar a divulgação é Jair Bolsonaro. De acordo com aliados, o ex-capitão avalia que expor os signatários do pedido neste momento poderia pressionar indevidamente quem é favorável ao texto, mas não conseguiu assinar o requerimento devido a um erro no sistema da Câmara.

A mudança na estratégia ocorre após o modo obstrução da bancada não conseguir barrar votações importantes para o Palácio do Planalto. Agora, a ideia é angariar apoio ao projeto no varejo — ou seja, na negociação direta com cada deputado. A aliados, Sóstenes afirmou que já possui 163 das 257 assinaturas necessárias para que a urgência seja protocolada.

Contudo, ainda que se atinja o mínimo previsto pelo regimento interno, a decisão de colocar o requerimento de urgência e a proposta em votação cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O deputado, conforme tem dito a interlocutores, reluta sobre comprar uma briga com o Supremo Tribunal Federal menos dois meses após assumir o comando da Casa.

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