Economia

Trump alega que a China ‘entrou em pânico’ com guerra comercial

Pequim anunciou que aplicará tarifas aduaneiras adicionais de 34% aos produtos americanos a partir de 10 de abril

Trump alega que a China ‘entrou em pânico’ com guerra comercial
Trump alega que a China ‘entrou em pânico’ com guerra comercial
Donald Trump e Xi Jinping. Fotos: Mandel Ngan e Pedro Pardo/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta sexta-feira 4, que as represálias da China às suas tarifas demonstram que o país asiático “entrou em pânico”. Ele também voltou a diminuir a importância da queda das bolsas de valores, que ele vê como uma oportunidade de “enriquecer”.

O governo americano alertou aos seus parceiros comerciais que não respondam às suas tarifas aduaneiras porque irão se expor ao risco de sofrer tarifas adicionais sobre suas exportações para os EUA.

“A China se equivocou, entrou em pânico. A única coisa que não podiam se permitir fazer”, escreveu Trump em letras maiúsculas em sua rede Truth Social ante de ir ao seu clube de golfe na Flórida.

Pequim anunciou nesta sexta-feira que irá impor tarifas aduaneiras adicionais de 34% aos produtos americanos a partir de 10 de abril.

Também anunciou controles de exportação de terras raras, incluindo o gadolínio, utilizado para a ressonância magnética, e o ítrio, usado na eletrônica.

A resposta da China agravou as perdas nos mercados financeiros, já sacudidos pela última rodada de tarifas americanas que se traduzem em +10% para a maioria dos produtos a partir de sábado, +34% para a China, +20% para a União Europeia, a partir da semana que vem.

Em Wall Street, por volta das 14h10 (11h10 de Brasília), o Dow Jones caía 3,01%, o índice Nasdaq 3,79% e o S&P 500 3,62%.

A tendência é a mesma no fechamento das bolsas europeias: em Paris, o CAC40 caiu 4,3% e Frankfurt e Londres 5%.

Na de Tóquio, o índice Nikkei perdeu 2,75% e o Topix 3,37%.

As bolsas chinesas estão fechadas por ser feriado.

Os preços do petróleo continuam em queda livre: mais de -7%. O cobre vai pelo mesmo caminho.

“Nunca mudarão”

Donald Trump voltou a minimizar os efeitos de sua ofensiva comercial.

“Aos muitos investidores que vêm aos Estados Unidos e investem enormes quantidades de dinheiro, minhas políticas nunca mudarão. Esse é um grande momento para enriquecer. Ficar mais rico do que nunca!!!”, escreveu em letras maiúsculas na Truth Social.

No dia anterior, Wall Street pareceu sofrer um ataque de pânico, assim como muitos lares americanos que investem maciçamente suas economias na bolsa.

Bilhões de dólares derreteram em ações. Os investidores deixam de lado aquelas companhias muito dependentes das importações vindas da Ásia, como, por exemplo, a indústria têxtil.

As novas tarifas castigam sobretudo a China (com um total de 54%), Camboja (+49%), Vietnã (+46%) e Bangladesh (+37%).

Muitas tarifas são cumulativas. Antes de quarta-feira, Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio e na quinta-feira entrou em vigor outras de 25% sobre os automóveis e seus componentes importados para os Estados Unidos. Com exceções para México e Canadá por serem parceiros no T-MEC.

“Muito cedo”

Vários países tentam mitigar os efeitos com negociações bilaterais, como o Vietnã, um dos mais afetados.

“O Vietnã quer reduzir suas tarifas aduaneiras a zero se conseguir chegar a um acordo com os Estados Unidos”, informou Trump após uma conversa por telefone com o mandatário vietnamita, To Lam. Foi uma “discussão muito produtiva”, acrescentou.

O presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central) , Jerome Powell, alertou que as tarifas de Trump “provavelmente aumentarão a inflação”, correm o risco de aumentar o desemprego e desacelerar o crescimento dos Estados Unidos.

Mas o republicano se mostrou relutante. Disse que é “o momento perfeito” para baixar as taxas de juros nos Estados Unidos.

“Muito cedo” para ajustar a política monetária, respondeu Powell.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo