Economia
Bolsas prosseguem em queda após anúncio de tarifas de Trump
Este é o segundo dia de resultados negativos no mercado financeiro após o início da guerra tarifária


As Bolsas na Ásia e na Europa ampliaram as perdas nesta sexta-feira 4, após o anúncio de Donald Trump de novas tarifas que aumentam o temor de uma guerra comercial em larga escala com risco de recessão e inflação.
As tarifas anunciadas por Trump, mais significativas do que o esperado, abalaram os mercados na quinta-feira. Wall Street registrou as perdas mais expressivas desde os primeiros dias da pandemia de covid-19 e o dólar sofreu uma desvalorização.
Na Ásia, os investidores seguiram com a venda em larga escala de suas ações. Tóquio fechou em queda de 2,75%, com perdas expressivas no setor automotivo: a Toyota perdeu mais de 4%, enquanto Nissan e Honda registraram baixas de mais de 5%.
Seul perdeu 0,86% e Sydney 2,44%. Os mercados chineses permaneceram fechados por um feriado.
Na Europa, após quedas de mais de 3% na véspera, a Bolsa de Paris abriu em baixa de 0,67% na sexta-feira, assim como Frankfurt (-0,44%), Milão (-1,34%) e Londres (-0,77%). Madri cedia quase de 3%.
“O dia 2 de abril continuará sendo um ponto de inflexão na história do comércio mundial. Os anúncios de Donald Trump desencadearam uma onda expansiva”, disse John Plassard, especialista em investimentos da Mirabaud.
As novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos variam de acordo com os países, entre um mínimo de 10% e um acumulado de 54% no caso da China.
Os produtos procedentes da União Europeia serão submetidos a tarifas de 20%.
Outra consequência é o aumento da cotação do ouro, considerado um valor refúgio, que na manhã desta sexta-feira era negociado a 3.101 dólares por onça (31,1 gramas), levemente abaixo do recorde histórico registrado na quinta-feira.
O mercado de petróleo também foi impactado: o barril de WTI americano recuava 3,12%, a 64,86 dólares, menor valor desde maio de 2023. O barril de Brent do Mar do Norte cedia 2,97%, a 68,06 dólares, o menor nível registrado desde dezembro de 2021.
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