Mundo

Senado da Argentina derruba indicados de Milei à Suprema Corte

Em fevereiro, o presidente Javier Milei havia nomeado dois juízes por decreto

Senado da Argentina derruba indicados de Milei à Suprema Corte
Senado da Argentina derruba indicados de Milei à Suprema Corte
O presidente da Argentina, Javier Milei. Foto: Luis Robayo/AFP
Apoie Siga-nos no

O Senado da Argentina decidiu, nesta quinta-feira 3, rejeitar os dois juízes indicados pelo presidente Javier Milei para a Suprema Corte. Ambos os nomes não chegaram a dois terços do necessário para o aval da Casa Alta.

O juiz federal Ariel Lijo foi rejeitado por 43 votos contra, 27 a favor e 1 abstenção. O advogado Manuel García-Mansilla teve 51 votos contra e apenas 20 a favor.

Em fevereiro, o presidente havia nomeado os dois juízes por decreto durante o recesso do Congresso, sob o argumento de que o Senado “optou pelo silêncio” não analisando as indicações feitas por Milei em maio de 2024.

Assim como no Brasil, os indicados para a Suprema Corte precisam do aval do Senado. Porém, no caso da Argentina, a Constituição prevê a indicação ’em comissão’ até o fim da próxima Legislatura durante o recesso do Congresso.

Em nota, o governo argentino afirmou que os juízes foram rejeitados por “motivos meramente políticos e não por questões de idoneidade” e que os senadores “optaram por priorizar a preocupação com seus próprios processos judiciais”.

As indicações de Lijo e García-Mansilla foram recebidas com resistência tanto pela oposição peronista quanto por outras bancadas que costumam apoiar as propostas do governo no Congresso.

Lijo é considerado especialmente controverso, já que ele é acusado de atrasar investigações sobre corrupção envolvendo empresários e políticos. Atualmente, mais de 10 ações de corrupção, muitos envolvendo políticos de alto escalão, que estão sob sua relatoria.

O Colégio de Advogados da Cidade de Buenos Aires afirmou quando a indicação foi formalizada que ele foi “reiteradamente questionado por mau desempenho de suas funções por atuar de forma irregular e morosa nos casos de corrupção”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo