Política
61 anos do golpe: Governo Lula mapeia 49 lugares utilizados pela ditadura para reprimir e torturar
Os locais constam de uma publicação do Ministério dos Direitos Humanos
O governo Lula (PT) lançou, nesta quinta-feira 3, uma publicação que mapeou 49 lugares usados para tortura e repressão política durante a ditadura militar.
O material, produzido pelo Ministério dos Direitos Humanos, vem a público na semana em que o País observa a marca de 61 anos do golpe de Estado de 1964, que depôs o presidente João Goulart e fez o País mergulhar em uma ditadura da qual só sairia 21 anos depois.
A publicação Lugares de Memórias da Ditadura Militar integra a seção “Memória e Verdade” do Observatório Nacional dos Direitos Humanos, uma plataforma que reúne indicadores sobre direitos humanos no País.
O levantamento identificou 17 locais no Sudeste, 15 no Nordeste, 7 no Sul, 6 no Norte e 4 no Centro-Oeste. Entre os estados, São Paulo (7), Pernambuco (6) e Rio de Janeiro (5) concentram a maior parte dos espaços de tortura, que incluem quartéis, cemitérios, prisões, hospitais, parques e universidades.
Em São Paulo, por exemplo, havia o Departamento de Ordem Política e Social, o Dops, um dos principais órgãos de repressão e tortura sob o regime de exceção. O prédio abriga atualmente o Memorial da Resistência, uma instituição cultural dedicada aos direitos humanos.
Em Petrópolis (RJ) funcionou, na primeira metade dos anos 1970, a Casa da Morte, um centro clandestino de tortura capitaneado pelo Centro de Informações do Exército.
Outro símbolo da brutalidade do Estado está em Pernambuco: é a antiga sede do Dops no Recife, um dos principais centros de repressão no Nordeste, onde ocorreram interrogatórios e torturas de opositores do regime, incluindo estudantes e militantes políticos.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
MPF cobra R$ 14 mi em indenização por danos ao povo Krenak após expulsão na ditadura
Por Wendal Carmo
PL volta a fazer apologia da ditadura na Câmara na semana de 61 anos do golpe
Por CartaCapital
Após decisão judicial, quartel troca nome de infantaria que homenageava ditadura militar
Por CartaCapital