Cultura
Uma longa história
O É tudo verdade, evento dedicado a exibir documentários, chega este ano à sua 30ª edição


Quando Amir Labaki realizou a primeira edição do É Tudo Verdade, em 1996, o documentário era um gênero destinado, sobretudo, à televisão. E, para muita gente, ainda era entendido como um tipo de filme muito mais ligado à informação do que à estética – embora já não fosse.
Não demoraria, no entanto, para que as câmeras digitais fossem se tornando acessíveis e o gênero passasse, na virada do século XXI, por uma fase de bonança.
As produções não só se tornaram mais numerosas como deram um salto formal. De repente, um público mais amplo passava a ir à sala de cinema para ver um documentário.
A primeira edição do evento reuniu, numa mostra não competitiva, 29 títulos, sendo apenas 16 longas-metragens.
Nesta 30ª edição serão exibidas, em sessões gratuitas, que acontecem até o dia 13 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro, 85 produções de 30 países – entre longas, médias e curtas-metragens. A programação inclui ainda conferências, debates e sessões em streaming.
Os filmes de abertura serão Ritas, de Oswaldo Santana – sobre Rita Lee –, em São Paulo, e Viva Marília, de Zelito Viana, sobre Marília Pêra, no Rio.
Além das novidades, o festival, como sempre busca fazer, também olhará para trás no tempo, apresentando uma retrospectiva da obra do brasileiro Vladimir Carvalho (1935–2024), nome muito presente em diferentes edições do evento, e do britânico Humphrey Jennings (1907–1950), considerado o primeiro “poeta” da produção não-ficcional inglesa.
Além disso, a seção Especial 30! contará com projeções e encontros que ajudam a repassar a história desse que é o mais antigo e tradicional festival do gênero na América Latina. •
Publicado na edição n° 1356 de CartaCapital, em 09 de abril de 2025.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Uma longa história’
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