Economia
Lucro bilionário do Banco Master aquece debate sobre venda ao BRB
Grandes instituições têm se movimentado para minar a transação, que ainda depende do aval do Banco Central e do Cade


O burburinho em torno da compra de uma gorda fatia no Banco Master pelo Banco de Brasília, o BRB, ganhou novo impulso. O Master divulgou, na terça-feira 2, que fechou o ano de 2024 com um lucro líquido de 1 bilhão de reais.
O patrimônio líquido atingiu a marca de 4,74 bilhões, enquanto os ativos de crédito somaram 40,31 bilhões. O ROE (Retorno sobre Patrimônio) foi de 28,5%. Os resultados foram auditados pela KPMG.
O desempenho também motivou a elevação da nota de crédito nacional de longo prazo do banco pela Fitch Ratings, de BBB (bra) para A- (bra). A agência destacou a estratégia do Master, aquisições bem-sucedidas e o crescimento das receitas como fatores decisivos para a revisão.
Com a incorporação, o BRB mira segmentos como crédito consignado, câmbio, mercado de capitais, serviços corporativos e banco digital, sem abdicar da atuação usual no varejo, crédito imobiliário, crédito rural e seguros.
A transação deve reposicionar o BRB entre os principais bancos do mercado brasileiro. Hoje na 23ª colocação no ranking nacional de ativos totais, segundo projeção do Valor Econômico, o banco público deve avançar ao 17º posto.
O governo do Distrito Federal, controlador do BRB, comemora a movimentação. A expectativa é que a distribuição de dividendos, hoje na casa dos 200 milhões de reais, possa alcançar 1 bilhão.
Os bastidores, no entanto, continuam agitados. Grandes instituições têm se movimentado para minar a transação, que ainda depende do aval do Banco Central e do Cade. Apesar disso, o mercado já considera remota a chance de do negócio não acontecer, especialmente diante dos números.
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