Augusto Diniz | Música brasileira
Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.
Augusto Diniz | Música brasileira
Eliana Pittman canta Jorge Aragão com uma fusão de gêneros nos arranjos
O repertório do sambista recebe uma ousada leitura da cantora, que em agosto completa 80 anos


Nem Lágrima Nem Dor, novo disco de Eliana Pittman, que completa 80 anos em agosto, coloca o repertório de Jorge Aragão em uma fusão de gêneros — não tão perto do samba, mas longe de uma leitura que descaracterize as canções do sambista.
Aragão tem um samba contemporâneo, o que o torna mais palpável para trabalhar com arranjos ousados e modernos. Pittman, por sua vez, tem voz de crooner, maleável e bem postada.
Assim, o disco funciona bem para as canções conhecidas na voz de Jorge Aragão. Com a produção de Rodrigo Campos e metais sob a direção de Thiago França, a voz de Eliana encontra diversos gêneros sofisticados fora do samba tradiconal, como o jazz e a bossa.
Das nove faixas, somente a oitava, Do Fundo do Nosso Quintal (Jorge Aragão e Alberto Souza), tem uma levada mais remetida ao samba.
O álbum é formado pelas músicas Lucidez (Jorge Aragão e Cleber Augusto), Eu e Você Sempre (Jorge Aragão e Flávio Cardoso), Novo Endereço (Jorge Aragão e Sombrinha), Loucuras de uma Paixão (Alcino Ferreira e Mauro Diniz), Tendência (Jorge Aragão e Yvonne Lara), Minta meu Sonho (Jorge Aragão), Além da Razão (Sombrinha, Sombra e Luiz Carlos da Vila) e Papel de pão (Christiano Fagundes).
Para lembrar seus 80 anos, a cantora Eliana Pittman terá ainda o lançamento de uma biografia e de um álbum de jazz. Sua carreira, iniciada em 1961, também foi sólida no exterior. Ela gravou mais de 20 discos e foi do samba ao carimbó, passando pela MPB e por ritmos nordestinos, firmando-se como uma impressionante voz a serviço de diferentes gêneros da música brasileira.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Nova exposição enaltece as autênticas rodas de samba de São Paulo e seus personagens
Por Augusto Diniz
Eric Clapton, 80
Por Augusto Diniz
‘Artistas hoje se orgulham de tocar com percussionistas ótimos’, diz Marcos Suzano
Por Augusto Diniz