Do Micro Ao Macro
Mulheres priorizam salário, aprendizado e flexibilidade no trabalho, mostra pesquisa
Falta de oportunidades de crescimento desmotiva 39% das profissionais, segundo levantamento com foco no mercado brasileiro
As mulheres brasileiras têm valorizado três pontos principais no ambiente de trabalho: remuneração compatível, chance de aprender e horários flexíveis.
O dado vem do estudo WorkForce Brasil, da consultoria global Korn Ferry. O levantamento aponta que 33% das mulheres consideram a flexibilidade de horário um fator importante, índice maior que o dos homens, com 27%.
Além disso, 30% das mulheres indicam que oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pesam na decisão de permanecer no emprego.
Cultura inclusiva também ganha destaque
A cultura da empresa também tem papel relevante. Para 87% das entrevistadas, ambientes com valores inclusivos são mais atraentes.
A pesquisa mostra que companhias que investem nesse tipo de cultura conseguem reter mais profissionais mulheres, principalmente em um cenário em que a satisfação pessoal está elevada.
Segundo o estudo, apenas 2% das entrevistadas afirmam não se sentirem realizadas em seus trabalhos.
Ausência de plano de carreira desmotiva
Por outro lado, 39% das mulheres citam a falta de oportunidades para avançar na carreira como motivo de desmotivação.
Entre os homens, esse percentual foi de 35%. A segurança no emprego também foi lembrada, com 24% das mulheres e 26% dos homens destacando sua importância.
De acordo com Isadora Reis, head de marketing Latam na Korn Ferry e uma das autoras do estudo, as empresas precisam atuar de forma mais estruturada para manter as funcionárias engajadas.
“Sem um plano claro de crescimento, manter talentos femininos engajados se torna um desafio”, afirmou.
Empresas devem adotar ações específicas para reter mulheres
Reis defende que a retenção exige estratégias além do salário, considerando benefícios que garantam bem-estar e equilíbrio.
Ela afirma que as lideranças devem compreender as diferentes prioridades das funcionárias e personalizar os incentivos sempre que possível.
Apesar do aumento da presença feminina no mercado, apenas 26% enxergam oportunidades claras de crescimento. Isso reforça a importância de trajetórias de carreira mais bem definidas.
Para avançar nesse cenário, a pesquisa sugere que as empresas adotem programas de mentoria, metas de diversidade, políticas de flexibilidade e transparência salarial.
Segundo Reis, essas medidas ajudam a fortalecer a presença feminina em cargos estratégicos e impulsionam o desenvolvimento das profissionais.
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