Do Micro Ao Macro

Pix por aproximação e biometria aceleram mudanças nos pagamentos presenciais

Nova etapa do sistema reduz obstáculos em compras físicas e pode afetar a participação dos cartões de débito

Pix por aproximação e biometria aceleram mudanças nos pagamentos presenciais
Pix por aproximação e biometria aceleram mudanças nos pagamentos presenciais
Pix Automático e Pix por Aproximação estão entre as novidades que prometem agilizar pagamentos e aumentar a proteção contra fraudes
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O lançamento do Pix por aproximação e do Pix por biometria marca uma nova fase nas transações presenciais no Brasil.

As ferramentas foram desenvolvidas para reduzir etapas no processo de pagamento, especialmente em situações como compras em mercados, farmácias e estabelecimentos de grande fluxo.

Até então, o consumidor precisava desbloquear o celular, abrir o aplicativo bancário e escanear um QR Code.

Esse procedimento causava lentidão nos caixas e gerava filas.

Agora, com as novas funcionalidades, a jornada tende a ser mais rápida e direta.

Uso do Pix pode crescer com adoção da aproximação

A nova funcionalidade por aproximação elimina o QR Code.

O usuário apenas aproxima o aparelho e autoriza o pagamento, sem etapas adicionais.

Segundo dados do Banco Central, quase todos os adultos no Brasil utilizam o Pix.

Ao mesmo tempo, os pagamentos por aproximação cresceram 50% em 2024.

Esse modelo já representa dois terços das compras presenciais no país.

Porém, parte dos consumidores ainda via o uso de QR Code como um entrave.

Agora, esse obstáculo tende a ser superado com a nova tecnologia.

De acordo com César Garcia, CEO da OneKey Payments, “a introdução da aproximação no Pix elimina um dos principais limites do sistema no varejo físico”.

Ele afirma que, com essa mudança, as barreiras entre o Pix e os cartões de débito desaparecem.

Cartões podem perder espaço no varejo físico

A nova etapa do Pix pressiona o modelo atual das bandeiras e bancos emissores de cartões.

Esses agentes têm receitas ligadas ao uso de débito e crédito.

Por isso, a substituição por outras formas de pagamento pode gerar impacto direto nas receitas dessas instituições.

Diante disso, uma reação do setor já é esperada.

Entre as possíveis estratégias estão o reforço nos programas de fidelidade, com cashback e benefícios para pagamentos no débito.

Outra medida pode ser a segmentação de consumidores que ainda preferem o cartão físico.

Além disso, pode haver revisão nas taxas cobradas dos lojistas para manter a competitividade.

Biometria amplia segurança e acessibilidade

Além da aproximação, o Pix por biometria adiciona uma camada de autenticação com impressão digital ou reconhecimento facial.

Essa inovação permite uma jornada sem senhas ou aplicativos.

Ainda assim, a operação mantém critérios de segurança.

Para Garcia, esse avanço pode impulsionar a inclusão financeira.

Ele avalia que a biometria torna os pagamentos mais acessíveis para perfis variados de usuários.

Varejo é um dos principais beneficiados

As taxas cobradas em pagamentos com Pix costumam ser inferiores às das bandeiras de cartão.

Isso pode gerar economia para empreendedores que incentivarem o uso do sistema digital.

De acordo com Garcia, a ampliação do Pix ajuda os lojistas a reduzirem custos.

Além disso, melhora a eficiência das operações.

Ele ressalta que, com a aceleração da adesão, bancos podem revisar seus modelos.

Porém, o impacto inicial tende a ser positivo para o varejo.

Tendência aponta para pagamentos mais rápidos e baratos

O Pix, lançado há quase cinco anos, já transformou o cenário de pagamentos no país.

Agora, com a chegada das funções de aproximação e biometria, esse processo se intensifica.

Para Garcia, o debate não é mais sobre o desafio ao modelo tradicional.

Segundo ele, a discussão passa a ser como bancos, lojistas e consumidores vão se adaptar a essa nova realidade.

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