Educação
Governo Tarcísio troca, de uma só vez, 20 dos 91 dirigentes de educação de SP
Segundo a Secretaria de Educação, a mudança decorre de avaliações de desempenho; servidores relatam pressão
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu trocar, de uma só vez, 20 dos 91 dirigentes das diretorias de ensino do estado, responsáveis por supervisionar as escolas da rede estadual e monitorar os indicadores de desempenho de cada unidade.
Segundo a Secretaria de Educação, a mudança segue “critérios técnicos” e decorrem de avaliações periódicas feitas pela pasta “de acordo com os índices educacionais atingidos e de indicadores de gestão das Diretorias de Ensino”.
Já entre os dirigentes há reclamações de uma cobrança crescente por parte do governo, aliadas a reclamações de que o secretário de educação, Renato Feder, estaria impondo uma lógica empresarial às redes.
O governador Tarcísio de Freitas tem perseguido melhores índices educacionais para a rede e, inclusive, tratou sobre o tema com o secretário e dirigentes educacionais em um encontro realizado em Santos, no mês passado. Os índices podem servir de vitrine para as eleições de 2026, seja na disputa seja à reeleição em São Paulo ou pela Presidência.
Na semana passada, Tarcísio ficou de fora de um evento realizado pelo movimento Todos pela Educação, e que teve como critérios o desempenho dos estados na educação, com base na última divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, e o Sistema de Avaliação da Educação Básica, o Saeb.
O Ideb da rede estadual paulista caiu de 4,4 em 2021 para 4,2 em 2023. Houve piora tanto em Português como Matemática.
Na agenda estiveram presentes oito governadores, entre eles o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União); o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); e Ratinho Júnior (PSD). A rede estadual de Goiás foi a que teve o melhor resultado do Ideb, com média de 4,8; seguida pelo Espírito Santo e Paraná, com média de 4,7, e Pernambuco, com 4,5.
Também estiveram presentes na agenda os governadores Elmano de Freitas (PT), do Ceará, Raquel Lyra (PSDB), de Pernambuco, Rafael Fonteles (PT), do Piauí, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), os ministros Camilo Santana (Educação) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).
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