Política

Governo reconhece Vladimir Herzog como anistiado político 50 anos após morte

O jornalista foi preso, torturado e morto pela ditadura militar em 1975

Governo reconhece Vladimir Herzog como anistiado político 50 anos após morte
Governo reconhece Vladimir Herzog como anistiado político 50 anos após morte
Herzog, uma das 25 vítimas dos delegados - Imagem: Instituto Vladimir Herzog
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Cinquenta anos depois da sua morte, o governo brasileiro reconheceu o jornalista Vladimir Herzog como anistiado político póstumo. A declaração foi publicada em edição do Diário Oficial da União desta terça-feira 18, através de uma portaria editada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

O jornalista foi preso, torturado e morto em São Paulo pela ditadura militar. Em 1975, Herzog foi convocado pelo Exército para prestar depoimento por suspeita de envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro. Ele foi assassinado no Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-Codi.

A versão oficial divulgada pelos militares afirmava que o jornalista teria se suicidado dentro da cela. Laudos e investigações posteriores, contudo, comprovaram que ele foi torturado e assassinado pelo regime. Em 2013, a Justiça de São Paulo determinou a retificação da causa da morte no atestado de óbito dele.

Além de anistia, o governo federal concedeu pensão mensal vitalícia de 34.577,89 reais à publicitária Clarice Herzog, viúva dele. No início de fevereiro, uma liminar da Justiça Federal já havia determinado o pagamento da pensão. O valor do benefício foi calculado com base no cargo ocupado por Vladimir Herzog à época de sua morte, de diretor do Departamento de Jornalismo da TV Cultura.

Em abril do ano passado, a Comissão de Anistia aprovou de forma unânime o reconhecimento de Clarice como anistiada política, com o objetivo de reconhecer a perseguição enfrentada por ela durante os anos de regime militar no Brasil na busca por esclarecimentos sobre a morte do marido.

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