Mundo
Espero que Israel pare de atacar os palestinos e que Putin e Zelensky firmem a paz, diz Lula
A nova rodada de bombardeios israelenses contra o território palestino deixou mais de 400 mortos
O presidente Lula (PT) voltou a manifestar preocupação com a escalada da guerra na Faixa de Gaza e disse ser urgente um cessar-fogo no território. Na noite da segunda-feira 17, as forças de Israel retomaram os ataques após um breve período de trégua.
A nova rodada de bombardeios deixou mais de 400 mortos. Mais cedo, o Itamaraty classificou a ofensiva como uma “flagrante violação do Direito Internacional Humanitário” e lembrou que Israel deve adotar as medidas necessárias para proteger a população civil nos territórios ocupados.
“Espero que o cara que comanda o Exército de Israel pare de atacar os palestinos e que o Putin [presidente da Rússia] e o Zelensky [presidente da Ucrânia] façam a paz, porque o mundo não suporta mais guerras”, afirmou Lula, em um evento na fábrica da Toyota em Sorocaba (SP), nesta terça-feira 18.
Pouco antes, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou que Lula é “o presidente da paz”.
O petista também criticou os gastos da Europa com armamento e afirmou ser “uma inversão de valores” gastar mais com armas do que com o combate à fome e à pobreza no mundo.
Em sua segunda visita à cidade paulista em quatro dias, Lula acompanhou o lançamento do plano da Toyota de investir 11,5 bilhões de reais para expandir sua fábrica até 2030, a fim de produzir veículos no modelo híbrido-flex no País.
Na última sexta-feira, ele esteve em Sorocaba para anunciar a entrega de 789 novas ambulâncias ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu.
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Trabalho, Luiz Marinho (PT), também participaram da solenidade desta terça. Lula subiu ao palco com mais de duas horas de atraso. Na chegada à cidade, o avião presidencial arremeteu na primeira tentativa de pousar no Aeroporto Bertram Luiz Leupolz, por volta de 15h20, mas conseguiu aterrissar em segurança logo em seguida.
Em seu discurso, o presidente ainda pontuou que a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais, enviada nesta terça ao Congresso Nacional, é uma política “humanista” e “justa” de distribuição de renda. Os cálculos do governo apontam que a medida resultará na perda de arrecadação de 26 bilhões de reais por ano, que deve ser “neutralizada” com a taxação dos que ganham acima de 600 mil anuais.
“Estamos tirando de alguém que tem muito para dar para pessoas que trabalham muito e não têm quase nada”, declarou Lula. “O que estamos fazendo é com que todo mundo tenha acesso a um pouco mais de dinheiro.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Lula volta a defender regulamentação das redes: ‘poder absolutista que desconhece fronteiras’
Por CartaCapital
Israel promete seguir com ofensiva em Gaza após bombardeios mais violentos desde o início da trégua
Por AFP