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População dos EUA só cresce graças aos migrantes, fato inédito desde 1850

O país registrou na última década uma queda nas taxas de natalidade

População dos EUA só cresce graças aos migrantes, fato inédito desde 1850
População dos EUA só cresce graças aos migrantes, fato inédito desde 1850
Primeiro voo com deportados da era Trump. Foto: The White House/Reprodução/X
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Pela primeira vez em 175 anos, os migrantes são a única causa que explica o crescimento da população dos Estados Unidos entre 2022 e 2023, em meio a um declínio da taxa de natalidade, segundo o Instituto de Políticas Migratórias (MPI).

A migração “tem contribuído de forma importante para o crescimento da população norte-americana, que desacelerou na última década devido à queda das taxas de natalidade”, explica o centro com sede em Washington.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o número provisório de nascimentos nos Estados Unidos em 2023 foi de 3.591.328, uma queda de 2% em relação a 2022.

Nesse ano, a taxa global de natalidade foi de 1.616,5 nascimentos por 1.000 mulheres, acrescentam os dados.

Diante dessa desaceleração demográfica, “a migração representou todo o crescimento da população total dos Estados Unidos entre 2022 e 2023, a primeira vez que isso ocorre desde o início da coleta de dados censitários” em 1850, informou o MPI.

A população imigrante aumentou em 1,6 milhão de pessoas nesse período, o que equivale a um crescimento de aproximadamente 3,6%.

Em 2023, havia 47,8 milhões de migrantes residindo nos Estados Unidos, de acordo com dados do Censo.

Trata-se da “maior quantidade na história do país”, afirma o MPI, segundo o qual os migrantes representaram 14,3% da população norte-americana, que soma 331,9 milhões de habitantes, próximo ao recorde de 14,8% registrado em 1890.

Desses migrantes, “quase três quartos estavam no país legalmente como cidadãos naturalizados, residentes permanentes legais”, ou seja, com o famoso green card, ou ainda com “vistos temporários”, especifica o MPI.

O grupo mais numeroso, de longe, era o de nascidos no México, com 10,9 milhões de pessoas em 2023, representando 23% da população migrante nos EUA, em comparação com 29% em 2010.

Na sequência, estavam Índia e China (incluindo Hong Kong e Macau), com 6% e 5% do total, respectivamente.

Outros países de destaque incluem Filipinas (4%); El Salvador, Cuba, Vietnã, República Dominicana e Guatemala (cerca de 3% cada um); e Colômbia (2%).

Segundo o guia estatístico publicado anualmente pelo MPI, o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) prendeu 113 mil estrangeiros potencialmente sujeitos à deportação no ano fiscal de 2024, que começa em 1º de outubro do ano anterior e termina em 30 de setembro.

Esse número representa uma queda de 34% em relação às 171 mil detenções do ano anterior.

O Departamento de Segurança Interna realizou 685 mil deportações no ano fiscal de 2024, a maioria delas de pessoas que cruzaram ilegalmente a fronteira.

De acordo com dados da ONU, os Estados Unidos são o país com o maior número de migrantes no mundo, superando até mesmo os quatro seguintes da lista juntos (Alemanha, Arábia Saudita, Reino Unido e França).

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