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Caso Vitória: Polícia prende preventivamente dono de carro suspeito de assassinar jovem em Cajamar

Justiça determinou que Maicol Antonio apresentou inconsistências no depoimento que indicam fortes indícios de envolvimento no caso

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Créditos: Reprodução Redes Sociais
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O pai da adolescente Vitória Regina Sousa, que foi encontrada morta em Cajamar depois de ficar sete dias desaparecida, foi incluído na lista de suspeitos do caso.

Segundo informações da CNN, a Polícia utilizou como critério para a inclusão contradições apresentadas por Carlos Alberto Souza.

A investigação cita um “comportamento estranho” e diz que o pai da jovem pediu um terreno ao prefeito da cidade de Cajamar em um dos primeiros contatos entre os dois logo após a confirmação da morte de Vitória.

Na tarde do sábado 8, a Polícia prendeu o primeiro suspeito pelo caso. Maicol Antonio Sales dos Santos já era investigado como o dono do veículo prata visto na cena do crime e teve a prisão preventiva decretada pela Polícia pouco antes de ter sido apreendido em Cajamar.

Segundo a Polícia, dois investigados estariam no automóvel e teriam mexido com Vitória na noite do desaparecimento da jovem. A investigação também busca saber se o automóvel foi, de fato, utilizado na morte da jovem.

O pedido de prisão preventiva foi decretado sob a justificativa de que Maicol apresentou inconsistências em seu depoimento sobre a noite do crime. Outro pedido semelhante foi feito para Daniel Lucas Pereira, mas o pedido foi negado por seu depoimento ter sido considerado colaborativo e sem indícios de obstrução da verdade, no entanto, foi autorizada a busca e apreensão em sua residência.

Vitória Regina Sousa, de 17 anos, foi encontrada morta em Cajamar na quarta-feira 5, após sete dias de seu desaparecimento. Ao menos dois homens e uma mulher já prestaram depoimento até sexta-feira 7. Um deles é o motorista do ônibus que Vitória pegou para voltar para casa e os outros dois são vizinhos da família.

Daniel, que já prestou depoimento, supostamente manteria um relacionamento íntimo com o ex de Vitória, Gustavo Vinicius Moraes, que s apresentou voluntariamente à Polícia na quinta-feira 6. A suspeita é a de que o homem teria matado a adolescente e tido ajuda de amigos para transportar o corpo da jovem até o local em que foi encontrado.

Relembre o caso

Vitória Regina saiu do local em que trabalhava, um restaurante em um shopping de Cajamar, e entrou em um ônibus que a deixaria a cerca de 15 minutos de casa. No trajeto, a jovem chegou a mandar mensagens para uma amiga dizendo estar com medo de dois homens que estavam próximos a ela no ponto de ônibus.

Na sequência, ela enviou mais mensagens afirmando que um dos homens embarcou no mesmo coletivo. Ao descer, já perto de sua casa, a adolescente tranquilizou a amiga: “Ah, amiga, mas tá de boa. Eles tavam no ônibus, só que nenhum deles desceu no mesmo ponto que eu. Então tá de ‘boaça’. Não tem problema nenhum”.

Segundo o delegado, o trajeto do ponto de ônibus até a casa da adolescente duraria cerca de 15 minutos a pé e seria bastante escuro. O pai da adolescente costumava buscá-la no ponto final do ônibus, mas carro da família estava quebrado naquela noite.

Após desembarcar do ônibus, Vitória voltou a mandar mensagens para a amiga e disse temer a presença de dois homens em um carro que a teriam assediado. Também afirmou que o veículo se afastou dela e seguiu rumo a uma favela da região. Esta foi a última mensagem disparada por ela.

A hipótese mais aceita pela Polícia é se tratar de um crime de vingança, dada a brutalidade aplicada contra a vítima. Vitória foi encontrada nua com o cabelo raspado, um corte profundo no pescoço e as mãos envoltas em sacolas plásticas. O corpo estava em decomposição há cerca de cinco dias, indicando que ela pode ter permanecido eme cativeiro antes de ter sido assassinada.

A Polícia também investiga se membros do Primeiro Comando da Capital, o PCC, têm envolvimento no caso. A raspagem de cabelo corrobora para essa linha investigativa, sendo um sinal das facções para mandar ‘recados’ sobre o ocorrido.

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