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Alemanha: Conservadores e centro-esquerda discutem coalizão

Bloco conservador liderado por Friedrich Merz e social-democratas de Olaf Scholz iniciam diálogo que pode abrir caminho para a formação do novo governo no país

Alemanha: Conservadores e centro-esquerda discutem coalizão
Alemanha: Conservadores e centro-esquerda discutem coalizão
Olaf Scholz e Friedrich Merz podem se unir para formar o novo governo da Alemanha. Foto: Michael Kappeler / POOL / AFP
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Representantes da aliança dos partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU) combinada com seu parceiro bávaro, a União Social Cristã (CSU), que terminou a eleição parlamentar alemã em primeiro lugar, e o Partido Social Democrata (SPD), que ficou em terceiro, iniciaram nesta sexta-feira 28 em Berlim as primeiras conversas exploratórias que podem resultar na formação de um governo de coalizão no país.

O encontro ocorre num prédio anexo ao Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, na capital alemã. Segundo a agência de notícias dpa, cada lado mandou nove representantes. Entre eles estão o líder da CDU, Friedrich Merz, o provável futuro chanceler federal da Alemanha; Markus Söder, o líder da CSU; e o colíder da SPD Lars Klingbeil.

Se bem-sucedidas, essas conversas exploratórias podem ser seguidas por diferentes rodadas de negociações para a formação de uma “grande coalizão”, como são chamadas as alianças entre a CDU/CSU e o SPD no país. Se a aliança for adiante, essa seria a quinta vez que os conservadores e social-democratas se unem para formar um governo no pós-guerra – e, em todas, a CDU/CSU liderou a administração.

Merz vem firmando que gostaria de ver um novo governo sob sua liderança empossado até 20 de abril. Até que um novo governo seja formado, o atual chanceler federal Olaf Scholz (SPD) e sua coalizão com os Verdes continuarão interinamente no governo.

Negociações intricadas pela frente

Apesar do otimismo manifestado por Merz desde o último domingo, esperam-se negociações difíceis entre as legendas, mesmo com a falta de outras opções realistas. Há diferenças profundas entre os partidos em questões como migração, o freio da dívida e política com relação à Ucrânia. Além disso, a campanha eleitoral acalorada deixou rusgas nas relações entre políticos das diferentes legendas.

Klingbeil, o colíder do SPD, afirmou várias vezes que a participação do seu partido em uma coalizão com o bloco CDU/CSU não é uma certeza absoluta: “Se um governo será formado, se o SPD participará de um governo, isso não é certo.”

Ainda assim, no momento, uma coalizão entre a CDU/CSU e os social-democratas é o resultado mais provável das eleições parlamentares. Durante a campanha, Merz prometeu não formar um governo com o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar nas eleições, à frente do SPD.

A CDU/CSU liderou as eleições no último domingo com 28,5% dos votos. Isso coloca o líder conservador Merz em posição de se tornar o próximo chanceler federal da Alemanha. O SPD obteve apenas 16,4% dos votos, sofrendo uma derrota histórica.

(DW, dpa, ots)

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