Mundo
Economia argentina recua 1,8% no primeiro ano do governo Milei
A contração no acumulado anual, mesmo em meio a um drástico ajuste fiscal, frustra expectativas do FMI e do Banco Mundial
A economia da Argentina contraiu 1,8% anual em 2024, o primeiro ano do governo de Javier Milei, uma queda menor que a prevista pelo Fundo Monetário Internacional (2,8%), segundo dados publicados pelo instituto nacional de estatística (Indec) nesta terça-feira 25.
O relatório com a estimativa mensal de atividade, que permite antecipar a variação do PIB, mostra, no entanto, sinais de recuperação em dezembro de 2024, quando a economia cresceu 5,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior e 0,5% em comparação com novembro.
A contração no acumulado anual se dá no âmbito de um drástico ajuste fiscal, com uma redução de 27% nos gastos do Estado em 2024.
Para a economista Maria Castiglioni Cotter, diretora da C&T Asesores, o relatório “confirma que a recuperação da atividade se manteve em dezembro”.
Desde maio do ano passado “vem crescendo todos os meses, alguns com mais força, outros com menos, mas uma recuperação que acabou por ser muito sustentada”, disse Castiglioni à AFP.
Isso permitiu que o recuo fosse menor que o esperado, acrescentou Castiglioni. “Reduziu-se a queda que vinha acumulando mês a mês e o recuo finalmente foi inferior a 2%”, pontuou.
Em janeiro, o FMI projetou um crescimento de 5% tanto para 2025 quanto para 2026 e estimou uma queda de 2,8% do PIB em 2024, contra um cálculo anterior de 3%.
Em outubro, o Banco Mundial havia projetado um retrocesso de 3,5% na Argentina em 2024.
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