Do Micro Ao Macro

Consumidores recorrem a cartões emprestados para cobrir gastos cotidianos

Pesquisa aponta que 12% dos brasileiros utilizam crédito de terceiros, principalmente para supermercado e despesas médicas

Consumidores recorrem a cartões emprestados para cobrir gastos cotidianos
Consumidores recorrem a cartões emprestados para cobrir gastos cotidianos
Foto: Rupixen/pixbay
Apoie Siga-nos no

Uma pesquisa realizada pela fintech meutudo revelou que 12% dos consumidores brasileiros já utilizaram cartões de crédito emprestados para pagar despesas.

O estudo, que ouviu 22.507 pessoas, mostrou que a prática é motivada principalmente pela falta de um cartão próprio (45%) ou pela insuficiência de limite no cartão pessoal (23%).

Cartões emprestados viram rotina para muitos

Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados usam cartões de terceiros com frequência. Por outro lado, 43% recorrem a essa alternativa apenas em situações emergenciais.

Entre os gastos mais comuns estão compras de supermercado (35%) e despesas médicas (35%). Além disso, 39% dos participantes afirmaram pedir cartões emprestados para compras acima de R$ 1.000.

Já 33% utilizam o recurso para transações entre R$ 501 e R$ 1.000.

Família é a principal fonte de empréstimo

A pesquisa também analisou as relações sociais por trás desse comportamento. Entre 18.709 participantes, 67% disseram pedir cartões emprestados a familiares.

Amigos aparecem em segundo lugar, com 28%, e vizinhos representam 6% das respostas.

Márcio Feitoza, CEO da meutudo, comentou os resultados. “A busca por alternativas ao crédito formal mostra a dificuldade de acesso ao sistema financeiro”, afirmou.

Ele destacou ainda que o uso de cartões emprestados reflete a necessidade de soluções mais acessíveis para a população.

Desconforto e resiliência marcam a prática

Apesar da praticidade, muitos entrevistados relataram sentimentos negativos ao pedir um cartão emprestado. Constrangimento, vergonha e impotência foram os mais citados.

No entanto, alguns participantes destacaram que, diante da necessidade, a prática é encarada com resiliência.

Feitoza reforçou a importância de buscar alternativas sustentáveis. “Nosso objetivo é capacitar as pessoas a gerenciar suas finanças de forma responsável”, concluiu.

Ele também mencionou que a empresa oferece educação financeira e acesso a crédito seguro para ajudar nesse processo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo