Do Micro Ao Macro

Faturamento das PMEs cai 1,5% em janeiro, aponta índice

Comércio é o único setor com crescimento, impulsionado pelo atacado, enquanto indústria e serviços registram quedas

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O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil recuou 1,5% em janeiro de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que aponta quedas consecutivas nos últimos quatro meses. O desempenho negativo reflete a perda de fôlego do mercado após um terceiro trimestre de 2024 mais forte.

O IODE-PMEs monitora empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 736 atividades econômicas. Os setores analisados são Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Cenário macroeconômico impacta PMEs

Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, explica que o cenário macroeconômico começa a afetar as PMEs. “Apesar do mercado de trabalho resiliente, com desemprego baixo e rendimentos elevados, fatores como inflação e juros altos pressionam o consumo”, afirma.

Ele destaca que a Sondagem do Consumidor da FGV-IBRE mostra perda de confiança nos últimos meses. “Isso reflete tanto a piora da situação atual quanto a percepção financeira futura, criando um ambiente desafiador para o consumo das famílias”, complementa.

Comércio é o único setor com crescimento

O Comércio foi o único setor com desempenho positivo em janeiro, registrando alta de 7,8% no faturamento real. O crescimento foi impulsionado pelo segmento atacadista, com destaque para atividades como comércio de fios e fibras beneficiados, resinas e elastômeros, e suprimentos para informática.

No entanto, há sinais de alerta. A margem do setor caiu 1,6% nos últimos dois meses, e o varejo apresentou retração de 2,1% em janeiro.

Serviços e indústria registram quedas

No setor de Serviços, o faturamento caiu 2,7% em janeiro, após recuo de 1,9% em dezembro. Os segmentos mais afetados foram alojamento e alimentação, educação e atividades jurídicas, contábeis e de auditoria. Por outro lado, informação e comunicação e atividades financeiras tiveram crescimento, evitando um resultado pior.

Já a Indústria registrou queda de 3,4% no faturamento, após recuo de 5,4% em dezembro. Dez dos 23 subsegmentos monitorados apresentaram retração, com destaque para confecção de artigos do vestuário e metalurgia. Avanços foram observados em impressão e reprodução de gravações, fabricação de móveis e produtos têxteis.

Infraestrutura também recua

As PMEs de Infraestrutura tiveram queda de 6,8% no faturamento em janeiro, após crescimento de 9,7% no quarto trimestre de 2024. A construção civil, impactada por juros altos e menor confiança dos consumidores, recuou 8,5%.

Beraldi ressalta que os números acendem um alerta para o ano. “Os empreendedores enfrentam pressões de custos, juros altos e menor propensão ao consumo. A expansão deve ocorrer de forma moderada, puxada por segmentos menos dependentes de crédito”, afirma.

Sobre o IODE-PMEs

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) acompanha a movimentação financeira de mais de 170 mil empresas, cobrindo 736 atividades econômicas. Os dados são deflacionados com base no IGP-M (FGV) para refletir a evolução real do faturamento.

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