Economia
Havan bate recorde e registra lucro de R$ 2,7 bilhões em meio a governo Lula
A companhia de Hang, que ficou conhecido por seu posicionamento político conservador durante o governo de Jair Bolsonaro, registrou seu maior lucro no governo Lula (PT)
O Grupo Havan, do empresário bolsonarista Luciano Hang, registrou um lucro líquido recorde em 2024, de 2,7 bilhões de reais, segundo balanço divulgado pela empresa nesta sexta-feira 21. O valor representa um aumento de 82% em relação ao obtido no ano anterior: 1,4 bilhão.
No segundo ano do governo Lula (PT), a companhia de Hang, que ficou conhecido por seu posicionamento político conservador durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), também comemorou um crescimento de 22% em sua receita bruta, indo a 16 bilhões de reais no ano passado.
A margem líquida de 2024 ficou em 22,8% (comparado a 9,4% na Renner, por exemplo), mas bateu 24,8% no quarto trimestre. A empresa também passou de uma dívida líquida de 230 milhões em 2021 para um caixa líquido de 3,8 bilhões em 2024.
“Voltei para a operação”, afirmou Hang ao comentar os dados em entrevista ao Brazil Journal. “Com o tempo, toda empresa acaba andando meio frouxa. Mas sempre que tem alguma crise, como em 2008, 2015 e 2022, eu venho para a operação e começo a olhar para a compra, para a venda, para tudo”.
Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, as empresas de Hang tiveram lucro líquido de 1 bilhão, com faturamento de 10 bilhões, um crescimento de 45% comparado ao ano anterior. Já em 2020, sob os efeitos da pandemia de Covid-19, a companhia manteve o mesmo patamar de faturamento: 10,5 bilhões e um lucro líquido de 1,3 bilhão.
Em 2021, já à luz do início da vacinação contra o coronavírus, as lojas de Hang registraram um aumento de 24% no faturamento, chegando a R$ 13 bilhões. Já no ano seguinte, o faturamento foi 8 bilhões e lucro líquido de 862 milhões nos três primeiros trimestres – um resultado considerado negativo pela empresa já que a meta de faturamento em 2022 era de 15 bilhões.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Mais um juiz do TJ de Santa Catarina declara suspeição após jantar com Hang
Por CartaCapital
TST mantém condenação das Lojas Havan por assédio eleitoral
Por CartaCapital



