Mundo
‘LatamGPT’: América Latina terá modelo de IA em 2025
Iniciativa é liderada pelo Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile e conta com investimentos de mais de 30 entidades de diferentes partes da América Latina e do Caribe


Um modelo de inteligência artificial criado com dados característicos da América Latina, para não deixar de lado a realidade multicultural da região no desenvolvimento dessa tecnologia, será lançado em meados de 2025, anunciou nesta quinta-feira o Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile (Cenia).
Batizado de LatamGPT e coordenado pelo Cenia, o projeto conta com o incentivo de mais de 30 instituições da América Latina e do Caribe, e de mais de 60 especialistas da região, informou o centro.
“Quando falamos em inteligência artificial, ela tem que projetar o mundo que somos, sua diversidade. No caso da América Latina, não apenas falar português ou espanhol, mas também entender a nossa idiossincrasia”, explicou a ministra chilena da Ciência, Aisén Etcheverry, citada no comunicado.
Ao contrário de outros modelos, “o LatamGPT será aberto, o permitirá que mais pessoas na América Latina e no Caribe o estudem, usem e aprimorem, construindo sobre ele”.
“É importante que possamos desenvolver aqui capacidades para termos uma certa independência”, disse Álvaro Soto, diretor do Cenia, uma organização chilena composta por várias universidades e que conta parcialmente com financiamento público.
“Até o momento, não temos um modelo de linguagem regional, e essa tarefa não pode ser assumida por apenas um grupo ou país: é um desafio que exige o esforço de toda a região”, ressaltou Soto, citado no comunicado.
Somaram-se a esse trabalho universidades, fundações, bibliotecas, entidades governamentais e organizações da sociedade civil, uma aliança que reúne instituições de Chile, Uruguai, Colômbia, México, Peru, Equador, Espanha, Estados Unidos, Argentina e Costa Rica.
Dessa forma, conseguiu-se “reunir mais de oito terabytes de informações em texto, o que equivale a milhões de livros”, destaca o comunicado. Essas informações serão administradas pelo Centro de Supercomputação da Universidade chilena de Tarapacá, que está construindo uma infraestrutura para o desenvolvimento da IA.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

CEOs destacam o impacto da inteligência artificial nos negócios nos próximos anos
Por Allan Ravagnani
Senado vai usar inteligência artificial para produzir resumos de projetos em tramitação
Por CartaCapital
STF lança ferramenta de inteligência artificial; saiba em quais casos o sistema poderá ser utilizado
Por CartaCapital
IA com dendê
Por Allan Ravagnani