Política
Lula volta a defender pesquisas sobre petróleo na Margem Equatorial: ‘Não faremos loucura’
O presidente tornou a mencionar uma reunião entre a Casa Civil e o Ibama. Rui Costa tem a tarefa de destravar o impasse


O presidente Lula (PT) voltou a defender enfaticamente, nesta quinta-feira 13, as pesquisas sobre petróleo na Margem Equatorial, na Foz do Rio Amazonas. A atividade ainda não foi autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, o Ibama, o que virou alvo de críticas do petista.
Em um evento em Macapá (AP) no qual esteve ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), Lula disse sonhar com uma era em que o mundo não precisará de combustíveis fósseis, mas frisou que esse momento está distante.
“Ninguém neste País tem mais responsabilidade climática que eu”, afirmou. “Quero preservar, mas não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem a 2 mil metros de profundidade, enquanto o Suriname e a Guiana estão ficando ricos às custas do petróleo que tem a 50 quilômetros de nós.”
O presidente tornou a mencionar a reunião que a Casa Civil terá com o Ibama e reforçou que Rui Costa tem a tarefa de destravar o impasse.
“A gente não vai fazer loucura”, acrescentou Lula.”Eu não quero estragar um metro de coisas aqui, mas ninguém pode proibir a gente de pesquisar pra saber o tamanho da riqueza que a gente tem.”
Ele defendeu que o Amapá seria um dos estados potencialmente beneficiados pela exploração e disse se tratar de uma “uma questão de bom senso”.
Lula negou que o interesse do governo federal na exploração crie um mal-estar diante da proximidade da COP-30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA). A conferência das Nações Unidas é um encontro anual no qual líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças climáticas.
A Margem Equatorial é uma região que engloba as zonas marítimas da costa do Brasil, da Guiana, do Suriname e de outros países da América do Sul. A área é rica em petróleo e gás natural, o que a deixa na mira de grandes empresas petrolíferas.
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