Política
‘Eu quero que seja explorado’, diz Lula sobre petróleo na foz do rio Amazonas
O presidente defende que a Petrobras pesquise a região para ‘ver se tem petróleo’; tema tem gerado embate entre membros do governo


O presidente Lula (PT) tornou a afirmar ser favorável à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, na chamada Margem Equatorial, tema que tem colocado setores do governo em lados opostos. Enquanto a Petrobras busca investigar a área para verificar a viabilidade da exploração, o Ibama quer detalhes para verificar os danos ambientais do projeto.
Nesta quarta-feira 12, Lula concedeu entrevista à rádio Diário FM, do Amapá – um dos estados mais interessados no tema, já que o litoral do estado se encontra na Margem Equatorial. Após mais de meia hora de conversa, Lula disse ao âncora Luiz Melo que esperava pergunta sobre o tema.
“Não é que eu vou mandar explorar [o petróleo], eu quero que ele seja explorado. [Mas] Antes de explorar, temos que pesquisar. Temos que ver se tem petróleo. Temos que ver a quantidade de petróleo. Muitas vezes você cava um buraco de 2 mil metros de profundidade e não encontra o que imaginava encontrar”, disse o presidente.
Segundo Lula, o tema vai voltar a ser discutido no Planalto nesta semana – entre quarta e quinta-feira – em uma reunião com a Casa Civil e o Ibama. A ideia, indica Lula, é reforçar ao órgão de fiscalização a posição do governo sobre a pesquisa no local. A expectativa é de que o Ibama conceda, após o novo encontro, autorização para que a Petrobras conduza o experimento.
“Se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é pra ficar nessa ‘lenga-lenga’. O Ibama é um órgão do governo, parecendo um órgão contra o governo. Queremos que o governo diga a vontade dele. A Petrobras é uma empresa responsável, tem a maior experiência de exploração de petróleo em águas profundas”.
Lula, que vai ao Amapá na quinta-feira 13 para uma série de eventos públicos, justificou sua posição favorável ao contestado projeto de exploração de petróleo na região por ser uma possível fonte de recursos para o governo. O dinheiro, defende, poderia ser usado no combate a mudanças climáticas.
“Vamos cumprir todos os ritos necessários para que não cause nenhum estrago na natureza, mas a gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós e a gente não explorar. É dessa riqueza que a gente vai ter dinheiro pra construir a famosa e sonhada transição energética”, defendeu o presidente.
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