Política

MPF arquiva ação de Bia Kicis contra resolução sobre aborto legal em crianças vítimas de violência sexual

O texto, aprovado em dezembro, conta com orientações para o atendimento humanizado de crianças e adolescentes nos casos de aborto legal

MPF arquiva ação de Bia Kicis contra resolução sobre aborto legal em crianças vítimas de violência sexual
MPF arquiva ação de Bia Kicis contra resolução sobre aborto legal em crianças vítimas de violência sexual
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
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O Ministério Público Federal decidiu arquivar a representação da deputada federal Bia Kicis (PL-DF) contra uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) com orientações para o aborto legal a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

A parlamentar conservadora pedia ao MPF a suspensão da resolução que foi aprovada em 23 de dezembro e trazia orientações para o atendimento humanizado de crianças e adolescentes nos casos de aborto legal. A norma apenas estabelece diretrizes e não muda a lei sobre aborto no Brasil.

A resolução dispensa crianças e adolescentes vítimas de violência sexual da anuência dos pais para a prática do aborto legal. O texto prevê ainda que ações judiciais ou registros de boletim de ocorrência não são necessários para identificar o abusador nos casos de violência sexual ou quando a mãe for menor de 14 anos.

No parecer, assinado pelo procurador Mário Alves Medeiros, a resolução não extrapolou os seus “limites de competência normativa” e está “em consonância com o que já está estabelecido pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e pela Convenção sobre os Direitos da Criança”.

Não vislumbro ilegalidade ou inconstitucionalidade a autorizar a formulação de recomendação pelo Ministério Público Federal ou o ajuizamento de ação judicial”, completou.

Parlamentares conservadores vêm buscando a Justiça para barrar a resolução do Conanda, mas sem sucesso. No começo de janeiro a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou na Justiça para tentar impedir a publicação da determinação, mas o processo foi extinto e a resolução foi publicada no começo de janeiro.

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