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Colômbia abre rota marítima comercial com China em meio a tensões com Trump

O acordo comercial chega no momento em que o País mantém relações tensas com os Estados Unidos

Colômbia abre rota marítima comercial com China em meio a tensões com Trump
Colômbia abre rota marítima comercial com China em meio a tensões com Trump
Presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e dos Estados Unidos, Donald Trump – Fotos: LUIS ACOSTA e Jim WATSON / AFP
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A Colômbia abriu uma nova rota marítima comercial que liga o seu principal porto no Oceano Pacífico a Xangai, em um sinal do “fortalecimento” das relações com a China em meio às tensões diplomáticas com os Estados Unidos.

“Colômbia e China acordam uma rota marítima que conecta Xangai a Buenaventura [sudoeste]”, escreveu o Ministério do Comércio do país sul-americano na rede X nesta quinta-feira 6.

Espera-se que, graças a este acordo, as mercadorias que partem de Buenaventura façam uma parada no porto peruano de Chancay, financiado pela China, antes de viajar para o gigante asiático.

O embaixador de Pequim em Bogotá, Zhu Jingyang, comemorou esta “boa notícia” para as relações comerciais.

A China Ocean Shipping Company (Cosco), titã do comércio marítimo mundial, é a responsável pelo projeto.

O ministro do Comércio da Colômbia, Luis Carlos Reyes, classificou o acordo como “um grande passo no fortalecimento das relações” entre as duas nações.

O acordo comercial chega no momento em que a Colômbia mantém relações tensas com os Estados Unidos.

Em 26 de janeiro, o presidente Gustavo Petro recusou a entrada de aviões militares americanos que levavam centenas de colombianos deportados, uma medida que foi respondida pelo presidente americano Donald Trump com a imposição de tarifas de até 50% sobre os produtos colombianos.

Petro retribuiu a taxação em meio a uma crise que durou algumas horas e se apaziguou com o acordo entre a Casa Branca e a diplomacia da Colômbia sobre a deportação dos imigrantes em situação irregular.

A Presidência colombiana informou, nesta quinta-feira, que Petro e sua chanceler Laura Sarabia realizaram uma reunião com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, John McNamara.

Entre outros, discutiram temas de “relação bilateral” e “cooperação”, segundo uma mensagem na rede social X.

Apesar da normalização das relações, os sindicatos colombianos ainda temem punições dos Estados Unidos no futuro.

Petro acusou Trump de defender uma “tese fascista” ao “criminalizar” os latino-americanos sem documentos que chegam aos Estados Unidos.

O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, está visitando a América Central e um de seus objetivos é conter a “influência” chinesa na região.

Petro viajou a Pequim em 2023 para fortalecer acordos comerciais com o governo de Xi Jinping.

Segundo a Associação Nacional de Comércio Exterior (Analdex), uma entidade independente, a China é o quarto destino mais importante para as exportações da Colômbia, mas caminha para se tornar o segundo.

Petróleo, carvão e outros minerais como ouro e esmeraldas são os principais produtos que o país sul-americano vende para o gigante asiático.

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