Mundo
Kremlin diz que declarações de Zelensky sobre negociar paz diretamente com Putin são ‘vazias’
Presidente ucraniano disse estar aberto a uma conversa com o russo se essa for a única saída para encerrar a guerra


O Kremlin considerou nesta quarta-feira 5 “vazias de significado” as declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre negociar pessoalmente com Vladimir Putin o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. As declarações do ucraniano foram dadas em uma entrevista ao canal do YouTube “Piers Morgan Uncensored”, publicada na terça-feira 4.
“Se esta é a única maneira de levarmos a paz aos cidadãos da Ucrânia […], definitivamente iremos por esta configuração”, disse Zelensky ao jornalista britânico Piers Morgan ao ser questionado sobre a possibilidade de ter uma conversa direta com o presidente russo.
A Rússia, instada a comentar a entrevista de Zelensky, afirmou não acreditar na possibilidade. “O fato de estar pronto deve basear-se em algo e, no momento, não podemos considerar mais do que palavras vazias de significado”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
O ‘efeito’ Trump
O retorno de Donald Trump à Casa Branca é um dos fatores que pode ter impactado na mudança de postura do ucraniano sobre negociações diretas com Putin.
Por muito tempo, Zelensky rejeitou a ideia de abrir essa conversa, alegando que queria lutar contra a Rússia no campo de batalha e recuperar os territórios ocupados.
No últimos meses, porém, a Ucrânia perdeu novos terrenos, principalmente na frente oriental, para tropas russas mais numerosas e melhor armadas. A chegada de Trump ampliou as preocupações: Kiev teme que o governo do republicano cesse a ajuda militar e financeira essencial dos Estados Unidos.
(Com informações de AFP)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Ucrânia e Rússia trocam acusações sobre bombardeio na região russa de Kursk
Por AFP
Como a ultradireita avança a agenda da “nova ordem mundial”
Por Deutsche Welle
Lula critica plano de Trump de ‘tomar o controle’ de Gaza: ‘Onde os palestinos vão viver?’
Por CartaCapital