Política
Lula desconversa sobre reforma ministerial, mas defende Pacheco candidato em Minas
O ex-presidente do Senado é um dos cotados para assumir uma cadeira de ministro do governo nesta reta final de mandato


Em meio a especulações sobre uma possível reforma ministerial que poderia envolver, entre outros nomes, a entrada do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desconversou, mas deixou claro o apreço pelo senador mineiro, defendendo que ele seja candidato – com provável apoio do PT – ao governo de Minas Gerais em 2026.
Em entrevista a rádios mineiras nesta quarta-feira 5, Lula disse que não conhecia Pacheco até voltar ao Planalto, em 2023. De lá para cá, segundo Lula, a dupla teve relação ‘cordial, harmônica e de muito respeito’. Os afagos são recorrentes e reforçam as especulações de uma possível indicação para um ministério. Lula não nega, mas também não confirma.
“Eu ainda vou discutir muito com o PSD, com os outros partidos políticos. Eu não tenho pressa de fazer nenhuma reforma [ministerial]. Quero reajustar as peças que nós temos que trocar, mas não tenho data. Eu vou fazer ajustes quando eu achar necessário fazer ajustes. Há um tempo. O tempo é a eleição de 2026. O Pacheco tem direito de tirar férias, de descansar. Temos todo o tempo do mundo”, resumiu.
Apesar de desconversar sobre a reforma na Esplanada, Lula foi claro ao defender o nome do senador para concorrer à sucessão de Romeu Zema (Novo) nas eleições do ano que vem para o governo mineiro. Mais do que isso, o presidente prometeu se engajar na campanha, caso ela aconteça.
“Meu sonho com o Pacheco, já disse numa entrevista, vou repetir. Eu estou tentando, há muito tempo, conversar com o Rodrigo Pacheco para mostrar que ele é hoje a figura pública mais importante de Minas Gerais. Se ele quiser ser candidato a governador, poderá ser o futuro governador de Minas Gerais. É só ele querer para a gente trabalhar e ele possa ser eleito governador”, afirmou.
O presidente disse que pretende se reunir com a direção do PSD para definir o futuro ao lado da legenda e o destino do ex-presidente do Senado. O partido tem hoje três ministros no governo: Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e André de Paula (Pesca).
“Eu até brinco com o Pacheco. Se ele começar a viajar para o Vale do Jequitinhonha, para o Vale do Rio Doce e todos os vales que tem em Minas Gerais, vai perceber que é muito melhor [ser governador] que ser senador. Vai depender dele. Acho que haverá apoio de todos os partidos políticos que se opõem ao atual governador para que ele possa ser o futuro governador. Se ele não quiser, paciência. Vamos ter que escolher outro“, concluiu.
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