Mundo
Serviço Postal dos EUA suspende entrada de pacotes da China
Decisão ocorre após o governo Trump impor novas taxas aos produtos do país asiático


O Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) informou na terça-feira 4 que suspendeu “temporariamente” e “até novo aviso” a entrada de pacotes procedentes de China continental e de Hong Kong, depois que o presidente Donald Trump anunciou novas tarifas ao país asiático.
O USPS não apresentou nenhuma razão em um comunicado curto, no qual se limita a afirmar que “o fluxo de cartas e correio plano (do mesmo local de origem) não será afetado”.
As ações das empresas chinesas de comércio eletrônico sofreram quedas na Bolsa de Hong Kong após o anúncio: a JD.com caiu 5,25% e a Alibaba recuou 1,6%.
Alvo a partir da meia-noite de terça-feira para quarta-feira de tarifas adicionais de 10% sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos, a China contra-atacou de maneira imediata e prometeu aumentar as barreiras alfandegárias sobre uma série de produtos americanos, como carvão, petróleo, equipamentos agrícolas ou carros esportivos.
A decisão do USPS pode bloquear, ao menos temporariamente, a entrada nos Estados Unidos de pacotes procedentes de plataformas de compras online muito populares como Shein e Temu, que vendem produtos a baixo custo.
Até o momento, produtos de baixo valor estavam isentos de tarifas nos Estados Unidos, mas o governo Trump suspendeu a norma ao anunciar as novas tarifas adicionais.
Os produtos do México e do Canadá também deveriam sofrer tarifas de 25% a partir de terça-feira, mas Trump suspendeu a medida por um mês na segunda-feira, depois que recebeu compromissos dos dois países sobre o reforço da segurança na fronteira e o combate ao tráfico de fentanil, um opioide potente.
México, Canadá e China são os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e, juntos, representam mais de 40% das importações do país.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Taxações de Trump podem ser ‘oportunidade’ para o Brasil, diz Fávaro
Por CartaCapital
Entenda como taxações de Trump — e uma recíproca de Lula — poderiam afetar a economia brasileira
Por Allan Ravagnani