Política
Moraes prorroga inquérito contra deputado do PL por suspeita de incentivar atos golpistas
Em 2023, a Polícia Federal afirmou em um relatório que General Girão (PL-RN) cometeu crimes ao estimular seus apoiadores a pedir uma intervenção das Forças Armadas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou, nesta terça-feira 4, por mais 60 dias um inquérito que investiga se o deputado federal General Girão (PL-RN) incentivou os atos golpistas do 8 de Janeiro.
Em 2023, a Polícia Federal afirmou em um relatório que Girão cometeu “crimes” ao estimular seus apoiadores a pedir uma intervenção das Forças Armadas. No dia 10 de janeiro deste ano, a Justiça Federal no Rio Grande do Norte condenou, na área cível, o deputado a pagar uma indenização de 2 milhões de reais por danos morais coletivos por incentivar os atos golpistas
O Ministério Público Federal apresentou uma ação contra o parlamentar em abril de 2023, cerca de três meses depois dos ataques de 8 de Janeiro. A denúncia aponta que Girão publicou diversas mensagens em tom de conspiração contra o Estado Democrático de Direito, em claro abuso da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar.
O objetivo dele seria, segundo o MPF, encorajar condutas contrárias à ordem democrática, inclusive a manutenção do acampamento em frente ao 16º Batalhão de Infantaria Motorizada em Natal.
“Em postagem feita um mês antes da invasão dos prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, o réu já instigava a violência contra as instituições, especialmente o Congresso”, diz o MPF. O órgão avalia que Girão, como deputado federal e general da reserva, foi um importante articulador dos atos criminosos.
A defesa do bolsonarista, por sua vez, alega “perseguição ideológica” e disse não haver provas de que seu cliente “contribuiu, articulou ou participou dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro, sendo que nenhuma postagem configurou violência contra as instituições”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Condenado por quebrar relógio histórico no 8 de Janeiro começa a cumprir pena de 17 anos
Por Wendal Carmo
Com cerco se fechando, condenados pelo 8 de Janeiro fogem da Argentina
Por CartaCapital



