Do Micro Ao Macro

Cinco práticas de equidade racial que as empresas devem adotar 2025

Especialista aponta medidas para alinhar estratégias ESG a demandas sociais

Cinco práticas de equidade racial que as empresas devem adotar 2025
Cinco práticas de equidade racial que as empresas devem adotar 2025
Mais de 60% das nanoempreendedoras das Vendas Diretas são mulheres e jovens Foto: ABEVD
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Uma pesquisa da PwC indicou que investimentos corporativos em ESG devem crescer 12,9% ao ano até 2026, com destaque para a equidade racial.

Guibson Trindade, gerente executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial, lista cinco tendências para orientar ações em 2025.

O Pacto atua como mediador entre práticas de governança corporativa e iniciativas de justiça social, com foco em reduzir desigualdades e promover sustentabilidade econômica.

Com a agenda da ONU para 2030 – que inclui igualdade de gênero e redução de disparidades –, políticas internas para formação de lideranças negras ganham urgência.

Definir metas para cargos de liderança

Empresas precisam estabelecer metas claras e públicas para ampliar a presença de pessoas negras em posições de gerência e diretoria. Segundo Trindade, isso não só atende a exigências de frameworks ESG, como também aumenta a transparência.

Além disso, o cumprimento de metas facilita a criação de ambientes que valorizem talentos diversos. “A transformação corporativa só ocorre quando há indicadores mensuráveis”, afirma o especialista.

Incluir métricas de equidade em critérios de investimento

Fundos ESG devem priorizar empresas que adotem políticas de inclusão racial e equidade salarial. Para Trindade, essa pressão positiva no mercado estimula organizações a responderem a expectativas de investidores e consumidores.

A prática também fortalece a confiança ao traduzir compromissos sociais em resultados concretos. Dados mostram que empresas com maior diversidade têm desempenho financeiro até 35% superior, segundo relatório do McKinsey Global Institute.

Implementar educação antirracista

Programas contínuos de formação sobre racismo estrutural e vieses inconscientes são necessários para ambientes inclusivos. A medida exige workshops, palestras e relatórios anuais que avaliem o progresso das ações.

“Sem educação, metas viram números vazios”, ressalta Trindade. Ele cita que 68% dos trabalhadores negros relatam experiências de discriminação em empresas sem treinamentos regulares, conforme pesquisa do Instituto Locomotiva.

Consultoria de coletivos negros em decisões corporativas

Grupos organizados de funcionários negros devem ser ouvidos na elaboração de políticas internas. Esses coletivos trazem perspectivas que ajudam a identificar falhas em processos e a criar culturas organizacionais mais justas.

A participação ativa também influencia inovação. Empresas que adotaram consultorias internas tiveram aumento de 22% em soluções criativas, de acordo com estudo da Harvard Business Review.

Buscar certificações de diversidade

Selos DEI validam esforços de inclusão e exigem análise de critérios como diversidade em contratações, ações afirmativas e formação de lideranças. Para Trindade, a certificação é um diferencial estratégico para atrair investidores e talentos.

Em 2024, apenas 15% das empresas brasileiras possuíam certificações desse tipo. A expectativa é que o número triplique até 2026, impulsionado por demandas de stakeholders.

As informações são do Pacto de Promoção da Equidade Racial, que oferece orientação para empresas interessadas em adequar suas operações a padrões ESG com recorte racial.

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