Política
Filiados do PSDB lançam campanha contra fusão ou incorporação do partido
Buscando a sobrevivência, a liderança da sigla está em conversas avançadas com o PSD, de Gilberto Kassab, e com o MDB para uma eventual fusão


Um grupo de filiados do PSDB divulgou, nesta quinta-feira 30, um manifesto contra a proposta de fusão ou incorporação da sigla. No texto, os integrantes lembram a importância histórica do partido e afirmam que uma eventual fusão representaria o ‘suicídio’ dos ideais do partido.
“Nossa história expressa lições fundamentais para decisões de agora, com o movimento destinado a superar a doença, miopia e tacanhez de fusão ou incorporação, para, objetivando o bem comum e o interesse nacional, tornar-se também memorável e o interesse nacional, tornar-se também memorável, como é o das Diretas Já”, disse.
Reconhecendo as dificuldades eleitorais que o partido enfrenta, documento reforça que a sigla precisa de bons candidatos a todos os cargos nas eleições de 2026. “Os cenários atuais, político e geopolítico, complexos e desafiadores, estão a requerer inteligência e prestígio que só o PSDB pode significar.”
A crise no PSDB teve seu auge após o resultado das eleições de 2024, quando o partido registrou seu pior resultado da história, sem eleger prefeitos em nenhuma capital. Fundado em 1988, a sigla nunca tinha saído de uma disputa em capitais sem candidato eleito.
Buscando a sobrevivência, a liderança da sigla está em conversas avançadas com o PSD, de Gilberto Kassab, e com o MDB para uma eventual fusão ou incorporação.
Veja a íntegra do texto:
Movimento contra fusão ou incorporação do PSDB.
A história do nosso partido político é pouco conhecida, mormente pelos mais jovens, no tocante à bravura revelada pelo desempenho da candidatura Mário Covas na eleição “solteira” para presidente da República de 1989, a primeira eleição direta para presidente após a redemocratização e a primeira eleição do recém-fundado PSDB.
Foi essa façanha, o resultado eleitoral da candidatura Covas, que criou as possibilidades, por obra do PSDB, no governo Itamar Franco, para a candidatura vitoriosa de FHC em 1994, e à reeleição em 1998, lastreadas no Plano Real, que debelou o longo período do processo inflacionário, que prejudicava os brasileiros, especialmente os mais vulneráveis, realização vistosa que empolgou o país.
Nossa história expressa lições fundamentais para decisões de agora, com o movimento destinado a superar a doença, miopia e tacanhez de fusão ou incorporação, para, objetivando o bem comum e o interesse nacional, tornar-se também memorável, como é o das “Diretas Já”.
1) Precisamos é de bons candidatos a todos os cargos nas eleições de 2026, líderes correligionários que se comprometam a manter-se “longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas”;
2) Precisamos de bom discurso para corresponder, com credibilidade, à ambição de, ao protagonizar o fundamento econômico que é emprego e renda, erguer a perspectiva do desenvolvimento do país que traga prosperidade a todos, sobretudo aos mais vulneráveis.
Os cenários atuais, político e geopolítico, complexos e desafiadores, estão a requerer inteligência e prestígio que só o PSDB pode significar.
CONCLUSÃO: fusão ou incorporação é o suicídio de nossos ideais e propósitos, perante a nação.
Não é para tanto que o PSDB existe após tantas lutas sustentadas por seus fundadores, Montoro, Covas, FHC, Jereissati, Serra, Sérgio Mota e muitos outros líderes, na memória da sociedade, também de todos os estados e municípios do país, cada qual em sua “trincheira”, e não menos importante, por seus filiados valorosos desde sempre, que ainda desfraldam as bandeiras do PSDB.
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