Economia
O novo plano do governo para baratear alimentos, segundo o ministro da Agricultura
A ideia central da proposta é incentivar a produção de itens essenciais – como o arroz e o feijão – para driblar a taxa de juros e reduzir a inflação


O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), afirmou que o governo federal não adotará “medidas pirotécnicas” para conter a alta no preço dos alimentos. Disse ainda, durante conversa com jornalistas nesta quarta-feira 29, que sua pasta estuda incentivar produtos específicos com taxas de juros mais baixas no Plano Safra 2025.
A alíquota diferenciada, explicou Fávaro, existe no âmbito do Pronaf, programa de incentivo à agricultura familiar administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. O auxiliar de Lula (PT) falou à imprensa após participar de uma reunião com o chefe da Fazenda, Fernando Haddad. Um novo encontro deve ocorrer nesta quinta-feira.
“Já que não vamos ter um orçamento que pode ter taxas de juros muito atrativas para todo o Plano Safra, em virtude da Selic tão alta, vamos ver o que é importante – arroz, feijão, hortifruti – ser mais estimulado, para que o produtor fale assim: ‘olha, em vez de plantar isso, plantar aquilo, o que vai ter mais estímulo eu vou produzir mais’. E isso ajuda a conter a inflação”, declarou o ministro.
Outras ações mencionadas por Fávaro envolvem a ampliação da utilização das Letras de Crédito do Agronegócio para financiamento da produção e captação de recursos internacionais. Ainda segundo ele, o governo também analisa a possibilidade de reduzir a taxa de importação para alguns produtos. “A gente pode tomar medidas assim, se tiver oportunidade e não afetar a produção interna no Brasil”.
O preço dos alimentos puxou a alta na inflação de 2024, que fechou o ano em 4,83% – acima da meta projetada pela equipe econômica do governo. Na semana passada, o Palácio do Planalto descartou o tabelamento de preços para forçar a queda nos valores dos alimentos.
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