Economia
Padilha reconhece não haver ‘truques’ para reverter queda na aprovação de Lula
O ministro defende as medidas do governo e espera um cenário de estabilidade econômica para frear inflação nos alimentos


O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), avalia não haver “truques” para reverter o acúmulo de problemas que conduziram a uma queda na aprovação do governo Lula (PT).
Segundo o ministro, “quem pensa em truques, quem pensa em bala de prata sobre isso, em geral colhe um resultado negativo”.
“Não é a primeira vez que a gente governa o País”, sustentou Padilha, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, indicando que a experiência pode ser útil para encontrar caminhos que interrompam a trajetória de queda.
Razões para a preocupação não faltam. Só nesta semana, uma pesquisa Quaest indicou que a avaliação negativa do governo superou a positiva pela primeira vez, cenário também captado por um levantamento PoderData. Parte substancial da queixa da população com o governo está na inflação, especialmente nos alimentos, problema cuja solução Lula tem cobrado enfaticamente.
No plano da disputa política, o governo perdeu terreno para a oposição na crise gerada pela onda de boatos sobre o Pix, que forçou a revogação de uma norma da Receita Federal que serviria para ampliar a fiscalização da modalidade.
Na entrevista, o chefe da articulação política do governo não especificou quais iniciativas o Palácio do Planalto pretende adotar para mudar a trajetória de desaprovação, mas defendeu as políticas lançadas por Lula desde o início do mandato.
“O governo faz um conjunto de medidas desde o primeiro dia de governo, de estímulo à produção, recuperação de estoques reguladores, que contribuem para que possa ter um aumento na segurança alimentar e reduzir qualquer impacto sobre isso”, afirmou.
Padilha ainda destacou o papel do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de “ir conduzindo o ambiente econômico para a equalização da situação do câmbio, para, com serenidade, dissipar qualquer oscilação que teve no final do ano e que impacta, sem dúvida alguma, nos alimentos hoje”.
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