Do Micro Ao Macro

Com políticas inclusivas e educação corporativa, Pernambucanas busca ambiente seguro para funcionários trans

Iniciativas concretas de acolhimento e respeito à diversidade tornam a varejista um exemplo de inclusão para a comunidade

Com políticas inclusivas e educação corporativa, Pernambucanas busca ambiente seguro para funcionários trans
Com políticas inclusivas e educação corporativa, Pernambucanas busca ambiente seguro para funcionários trans
Dia Nacional da Visibilidade Trans: desafios e avanços no mercado de trabalho
Apoie Siga-nos no

No Brasil, a população trans ainda enfrenta grandes barreiras para ingressar no mercado de trabalho. De acordo com pesquisa do Datafolha (maio/24), 15,5 milhões de brasileiros — o que representa 7% da população — se identificam como LGBTQIAPN+.

Apesar disso, um levantamento feito em quase 300 empresas, que juntas empregam cerca de 1,5 milhão de pessoas, mostra que somente 4,5% dos postos de trabalho são ocupados por profissionais LGBTQIAPN+. Desse total, as pessoas trans somam apenas 0,38%.

A Pernambucanas vem buscando inverter esse quadro. Atualmente, 16,7% do seu quadro de funcionários se identificam como LGBTQIAPN+. Desse grupo, 2,5% (cerca de 300 pessoas) se declaram trans ou não binários.

Segundo o Censo de Diversidade da empresa, 100% dos funcionários trans afirmam se sentir seguros no ambiente de trabalho. Entre os colaboradores LGBTQIAPN+ em geral, 90% dizem se sentir à vontade, e 91% consideram o ambiente livre de discriminação.

A empresa conta com um Comitê Estratégico de Sustentabilidade, formado por integrantes da diretoria e do Conselho de Administração, que coordena ações de diversidade e inclusão. Outro destaque é o Grupo de Afinidade “Sim, Eu Sou”, composto por funcionários de diversas áreas, cujo papel é discutir propostas de melhoria e promover debates sobre temas relevantes.

“A equidade, diversidade e inclusão são ferramentas poderosas de transformação. Na Pernambucanas, queremos levar essas práticas além dos muros da empresa”, afirma Nivaldo Tomasio, Gerente de Visual Merchandising e líder do grupo.

Para fortalecer o respeito às diferentes identidades, a Pernambucanas organiza rodas de conversa, lives e outras iniciativas de formação. Em 2024, por exemplo, convidou pessoas trans de referência para compartilhar histórias e desafios, ampliando a conscientização de todos os colaboradores.

Nos aspectos práticos, mais de 100 lojas já contam com banheiros unissex. Além disso, a adoção de nome social e pronomes preferenciais em crachás e sistemas internos é uma realidade. A companhia também oferece suporte durante o processo de transição, com orientações específicas para líderes e equipes.

Ramona Vitória Ferraz Zanetti, funcionária da loja da Consolação, relata: “Moro em um centro de acolhimento e minha vida não é fácil, mas aqui me sinto acolhida.”

Já Terra Duraes dos Santos, também da loja da Consolação, celebra a oportunidade: “Este é meu primeiro emprego como pessoa trans. Sinto empatia e respeito, algo raro de encontrar.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo