Do Micro Ao Macro
Reforma tributária: IVA de 28% e seus efeitos no Brasil
Mudanças no sistema fiscal podem alterar preços para consumidores e setores da economia


O Brasil se prepara para uma transformação profunda em seu sistema tributário. Com a criação do IVA, a alíquota média de 28% surge como um ponto central de discussão. Enquanto alguns setores respiram aliviados com reduções, outros, como o de serviços, enfrentam a perspectiva de custos mais altos. Especialistas apontam que os reflexos no bolso do consumidor serão inevitáveis, mas também destacam medidas como o cashback para famílias de baixa renda.
Setor de serviços deve sentir maior impacto
Segundo especialistas, o setor de serviços pode enfrentar aumento na carga tributária. “Há tendência de elevação nos custos, que podem ser repassados aos consumidores”, afirma Thulio Carvalho, advogado tributarista.
Alíquota de 28% mantém carga tributária elevada
A proposta do IVA prevê uma alíquota média de 28%, substituindo tributos como ICMS, IPI e PIS. Carvalho explica que, apesar da simplificação, a carga tributária continua alta. “A reforma traz transparência, mas mantém a pressão sobre o consumo”, diz.
Redução de tributos para itens essenciais
Eduardo Zangerolami, especialista em Direito Tributário, destaca que produtos como alimentos e medicamentos terão alíquotas reduzidas ou zeradas. “Itens da cesta básica e dispositivos médicos serão beneficiados”, comenta.
Serviços podem ficar mais caros
Zangerolami ressalta que o setor de serviços deve ser um dos mais afetados. “A carga tributária sobre serviços tende a aumentar, o que pode elevar preços para os consumidores”, explica.
Cashback para famílias de baixa renda
Um mecanismo de cashback será criado para devolver tributos a famílias de baixa renda. “Quem está no Cadastro Único receberá parte dos tributos pagos em itens como energia e água”, afirma Zangerolami.
Transição gradual até 2033
A implementação da reforma começará em 2025, com adaptações até 2027. “Os efeitos financeiros reais serão percebidos a partir de 2028”, diz Zangerolami. A fase final deve ocorrer entre 2029 e 2033.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.