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O pedido de Zelensky para que a Ucrânia participe das negociações de paz
Volta de Trump à Casa Branca elevou expectativas sobre eventual trégua na guerra do leste europeu


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reconhece as tratativas por um acordo de paz entre o seu país e a Rússia, em meio à guerra que dura quase três anos. Para o líder ucraniano, um eventual acordo só terá “resultados reais” com a participação do país que, em fevereiro de 2022, foi invadido pelas tropas de Vladimir Putin.
“É impossível excluir a Ucrânia de qualquer plataforma de negociação. Ou essa plataforma de negociação não terá resultados reais”, disse Zelensky neste sábado 25, em coletiva de imprensa ao lado da presidente da Moldavia, Máia Sandu.
“Antes de qualquer reunião, seja qual for, devemos estabelecer um formato explícito: como podemos alcançar uma paz justa? Acho que hoje devemos nos concentrar nesse ponto”, disse o ucraniano, rechaçando qualquer “decreto sobre a paz” vindo do Kremlin, sem o aval da Ucrânia.
A expectativa sobre um termo que ponha fim ao conflito no leste europeu ganhou força desde a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas. O republicano já indicou que pretende encontrar uma saída rápida para o mais grave conflito global em décadas.
Putin, cuja relação com Trump nunca foi distante, vem adotando uma postura de espera sobre os passos que Washington pretende dar. Na última sexta-feira 24, o presidente russo afirmou estar “disposto a trabalhar” com os EUA, aproveitando para elogiar o que chamou de caráter “pragmático e inteligente” de Trump.
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