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Militares mexicanos constroem abrigos para receber migrantes deportados pelos EUA

O governo mexicano ainda não especificou a capacidade total esperada dos abrigos

Militares mexicanos constroem abrigos para receber migrantes deportados pelos EUA
Militares mexicanos constroem abrigos para receber migrantes deportados pelos EUA
Estima-se que o abrigo de Matamoros — um dos três erguidos em Tamaulipas — terá capacidade para acomodar entre 2.500 e 3.000 pessoas. Foto: Quezalli Blanco/AFP
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Militares mexicanos avançam, nesta quinta-feira 23, na construção de nove abrigos em diferentes pontos da fronteira para receber migrantes deportados pelos Estados Unidos, no âmbito da ofensiva do presidente Donald Trump contra a imigração ilegal.

Membros da Marinha erguem um destes refúgios em um vasto campo esportivo da cidade de Matamoros (estado de Tamaulipas, nordeste), observou uma correspondente da AFP.

A instalação inclui tendas verde-oliva para o pessoal militar, que ficará encarregado da segurança do complexo, e uma estrutura metálica que abrigará as barracas de camping dos deportados.

À medida que as tendas são erguidas, o local vai ganhando a aparência de um campo de refugiados.

Outros três abrigos estão sendo instalados em diferentes pontos da fronteira — de 3.100 km — para receber deportados estrangeiros, conforme antecipado pela presidente mexicana, Claudia Sheinbaum.

O governo mexicano ainda não especificou a capacidade total esperada dos abrigos, equipados com cozinhas e banheiros e onde serão oferecidos de refeições a serviços de saúde, além de assessoria para a “reintegração”.

“Os centros de atenção vão bem (…), há dois que acabarão de ser instalados hoje à noite e os outros ficarão prontos no fim de semana”, disse a presidente nesta quinta, referindo-se aos abrigos para os mexicanos.

Estima-se que o abrigo de Matamoros — um dos três erguidos em Tamaulipas — terá capacidade para acomodar entre 2.500 e 3.000 pessoas, de acordo com autoridades municipais.

“Espera-se receber de 200 a 250 pessoas por dia”, prevê o prefeito de Matamoros, Alberto Granados.

Seu colega de Reynosa (Tamaulipas), Carlos Peña, alerta, no entanto, que uma deportação em massa poderia sobrecarregar as instalações.

“Nenhum município está preparado” para isso. “Não há espaço suficiente e a situação poderia ficar crítica”, afirmou Peña esta semana, instando que os estrangeiros sejam enviados diretamente dos Estados Unidos para seus países.

Até agora, não há relatos de deportações relacionadas às operações que Trump anunciou, embora pessoas que foram expulsas antes da posse do magnata republicano na segunda-feira estejam chegando a Matamoros e a outras localidades fronteiriças.

Matamoros, com cerca de 542 mil habitantes, está localizada às margens do rio Bravo, que migrantes sem documentos costumam atravessar em direção ao Texas, nos Estados Unidos.

Trump desativou o aplicativo CBP One, por meio do qual os migrantes agendavam entrevistas para solicitar asilo, e anunciou a deportação de milhões de migrantes, os quais acusa de serem “criminosos” e de invadirem os Estados Unidos, além do envio de 1.500 militares adicionais à fronteira.

O México lançou um ambicioso plano para acolher migrantes deportados pelo país vizinho.

Estima-se que cerca de seis milhões de mexicanos vivam irregularmente nos Estados Unidos.

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