Cultura

Fernanda Torres: dos palcos cariocas ao reconhecimento internacional

Sua indicação ao Oscar pela atuação em ‘Ainda Estou Aqui’ consagra uma carreira multifacetada e desde o início brilhante

Fernanda Torres: dos palcos cariocas ao reconhecimento internacional
Fernanda Torres: dos palcos cariocas ao reconhecimento internacional
Talento nato. Fernanda Torres repete o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, e entra na disputa de melhor atriz – Imagem: Alile Dara Onawale
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Fernanda Torres se tornou a primeira atriz brasileira a conquistar um Globo de Ouro e a segunda a concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Atriz por sua atuação como Eunice Paiva no longa-metragem Ainda Estou Aqui. Esse feito ocorreu 25 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, brilhar nos holofotes internacionais no mesmo evento.

Nascida em 15 de setembro de 1965, no Rio de Janeiro, em um ambiente repleto de arte, Fernanda estreou no cinema em 1983, com Inocência. Aos 19 anos, destacou-se em A Marvada Carne (1985), de André Klotzel — papel que não apenas evidenciou sua veia cômica, mas também lhe rendeu o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado.

Já em 1986, a atriz trouxe para o Brasil o prêmio de Melhor Atriz no renomado Festival de Cannes, graças à sua interpretação em Eu Sei Que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor.

Na televisão, eternizou personagens icônicos como Vani, em Os Normais (2001-2003), e Fátima, em Tapas & Beijos (2011-2015), ambas produções da Rede Globo.

Tal como os pais, Fernanda cresceu imersa no teatro. Ainda que afirme não ter sido forçada a seguir essa carreira, reconhece que atuar se revelou um caminho incontornável em sua vida, mesmo sob o peso e a sombra de ser filha de Fernanda Montenegro, considerada a maior atriz brasileira.

“Cresci com o peso de que jamais me igualaria à minha mãe, e isso carregando o nome dela”, declarou ao amigo e companheiro de cena em Ainda Estou Aqui, Selton Mello, em uma das conversas presentes na recém-lançada autobiografia do ator, Eu Me Lembro (Jambô Editora). “Já nasci perdendo, Selton.”

Esse legado vivo de Montenegro, segundo a própria Fernanda, foi um dos fatores que a levaram a escrever, encontrando em outro campo das artes uma forma de afirmar sua identidade. Nessa seara, assinou colunas para o jornal Folha de S.Paulo e a revista Veja Rio, além de publicar sete livros, todos pela Companhia das Letras.

Apesar de se declarar pessimista, sua trajetória desmente essa crença. Premiada desde cedo, Fernanda não só trilhou o mesmo caminho da mãe rumo ao Oscar, como também se consagrou ao conquistar o primeiro Globo de Ouro brasileiro na categoria de Melhor Atriz de Drama, antes disputado pela própria Montenegro.

Em 46 anos de carreira, Fernanda reuniu diversos prêmios e indicações, como seis nomeações ao Prêmio Grande Otelo, dois Prêmios Guarani, além de indicações ao Prêmio Jabuti e ao Troféu Imprensa.

Baseado na história real de Eunice Paiva, escrita por seu filho Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui — que leva o mesmo título do livro — retrata a trajetória dessa mãe e advogada em busca da verdade sobre o desaparecimento de seu marido durante o regime militar.

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