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Motorista de carreta que matou 39 em MG passou dos 130 km/h, diz polícia

Defesa afirma que o motorista colaborou com as investigações e que vai recorrer de prisão

Motorista de carreta que matou 39 em MG passou dos 130 km/h, diz polícia
Motorista de carreta que matou 39 em MG passou dos 130 km/h, diz polícia
Créditos: Corpo de Bombeiros / MG
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A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que o motorista da carreta envolvida em um acidente que deixou 39 mortos em Teófilo Otoni (MG) em dezembro do ano passado chegou a dirigir acima dos 130 km/h. O motorista foi preso no Espírito Santo, onde mora, nesta terça-feira 21.

Em entrevista coletiva após a prisão, o delegado Amaury Tomaz de Albuquerque, um dos encarregados pela investigação, citou uma série de irregularidades identificadas pelas diligências: excesso de peso da carga, negligência do motorista sobre as condições das pedras de granito, excesso de velocidade, uso de substâncias entorpecentes e jornadas exaustivas de trabalho.

“Podemos afirmar com certeza que houve excesso de velocidade, chegando até a absurdos 134 km/h. Para um carro de passeio já seria uma velocidade considerável, imagina uma carreta com dois blocos de granito, que atingiram o ônibus como um tanque de guerra. Essa é a verdade. Eu comparo aquilo a um acidente aéreo, de um Boeing, tamanha a violência”, disse.

A defesa de Ailton Bastos Alves, o motorista, informou que vai recorrer da prisão. Em nota, o advogado Raony Fonseca Scheffer Pereira disse que a prisão foi “recebida com surpresa”, uma vez que ele vinha se apresentando às autoridades e “colaborou com as investigações”. 

Ailton deixou o local do acidente sem prestar socorro, mas a defesa justifica que o motorista “entrou em pânico, não tinha como prestar socorro algum às vítimas em razão da explosão e do incêndio, e buscou preservar sua segurança diante das circunstâncias do ocorrido”.

Na nota, a defesa fez ainda uma crítica ao governador de MG, Romeu Zema (Novo), que, em postagem nas redes sociais, disse que no estado “não há impunidade”. 

“Infelizmente, a postagem do governador de Minas Gerais parece se aproveitar de uma tragédia para reforçar uma narrativa política, o que não contribui para a busca da verdade nem para o direito de defesa do acusado. As questões judiciais devem ser tratadas com seriedade, imparcialidade e respeito às garantias fundamentais”, salientou a defesa.

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