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Presidente da Colômbia reconhece ‘fracasso’ diante da violência de guerrilha

O país vivencia um aumento da violência protagonizada pelo Exército de Libertação Nacional, pelo menos 80 pessoas morreram

Presidente da Colômbia reconhece ‘fracasso’ diante da violência de guerrilha
Presidente da Colômbia reconhece ‘fracasso’ diante da violência de guerrilha
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Foto: Randy Brooks/AFP
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reconheceu, nesta terça-feira 21, como um “fracasso” o recrudescimento da violência da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) na fronteira com a Venezuela, que deixa 80 mortos e cerca de 32 mil deslocados.

Desde a quinta-feira, diferentes focos de conflito eclodiram no país, o mais grave na região do Catatumbo, fronteiriça e repleta de cultivos de drogas, onde rebeldes do ELN enfrentam dissidentes das antigas Farc e atacam a população civil.

“A situação no Catatumbo ensina. Também se aprende com os fracassos e há um fracasso. Um fracasso da nação […] Por que será que o ELN hoje, poucos meses depois de estar muito fraco, militarmente falando, está forte?”, admitiu o presidente, que negociava a paz com os rebeldes até a sexta-feira.

Desde que a violência explodiu, milhares de deslocados fogem para municípios mais seguros ou para a Venezuela, em um êxodo sem precedentes recentes, que remete às piores épocas do conflito armado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta terça que estava “profundamente preocupado” e pediu o “fim imediato dos atos de violência contra a população civil” no Catatumbo.

Até agora, a Força Pública não entrou nas zonas críticas para enfrentar os rebeldes. Os mais de 5 mil soldados destacados se concentraram em resgatar em helicópteros a população em risco.

A violência coloca em xeque a aposta do presidente de esquerda de alcançar a paz com todos os grupos armados na Colômbia.

Seus opositores o criticam de ser indulgente com os grupos armados e asseguram que as organizações se fortaleceram durante o seu mandato.

A Defensoria do Povo atualizou o número de deslocados para 32 mil nesta terça, e garantiu que “houve um anúncio do ELN segundo o qual vai desescalar o conflito”.

De acordo com o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia, no Catatumbo há 30 pessoas “privadas da liberdade” e denunciou o confinamento de mil pessoas, entre elas “23 comunidades indígenas”.

Desde que chegou ao poder em 2022, Petro aposta por uma saída dialogada para o conflito com guerrilhas, gangues e grupos de narcotraficantes.

Levantado em armas desde 1964 e de inspiração guevarista, o ELN tem cerca de 5.800 combatentes e uma ampla rede de colaboradores, segundo a inteligência militar.

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